A exposição do fotojornalista Mário Cruz sobre poluição e vida entre o lixo em Manila é inaugurada hoje, em Lisboa. “Living Among What’s Left Behind” é o resultado de um trabalho que levou Mário Cruz a viajar até às Filipinas, à cidade de Manila, para fotografar o rio Pasig, atulhado de lixo e declarado morto na década de 1990, mas sobretudo para retratar a vida das comunidades que vivem junto e sobre ele.
São milhões que vivem e sobrevivem no meio do lixo e graças ao lixo que eles próprios produzem e a seguir recolhem, em barracas que constroem com as próprias mãos, sem quaisquer condições higienossanitárias.
O rio Pasig é um esgoto a céu aberto, onde flutuam desperdícios industriais, resíduos domésticos e por vezes até cadáveres de animais e humanos, mas foram as pessoas que vivem e morrem nestas condições que atraíram o foco de Mário Cruz.
O resultado mereceu-lhe um dos três primeiros lugares na categoria ambiente do World Press Photo, o mais prestigiado prémio de fotojornalismo do mundo, pela foto de uma criança deitada num colchão que flutua sobre o lixo.
Esta imagem tem uma posição central na mostra, ocupando uma parede numa sala, cujo chão está coberto de lixo plástico e sobre o qual os visitantes são convidados a caminhar, um gesto simbólico que pretende criar impacto e alertar para a importância da sustentabilidade.
Além de um conjunto de fotografias a preto e branco e a cor, algumas emolduradas, outras em grande formato coladas diretamente na parede, a exposição conta também com um núcleo de vídeo e outro de fotografias instantâneas.
A exposição faz-se acompanhar do lançamento de um livro, que documenta todo o trabalho de Mário Cruz naquela região de Manila. As capas foram produzidas através de 160 quilos de lixo, foram feitas à mão e cada cópia tem uma capa original.
A exposição está patente até dia 26 de maio, no Palácio Anjos, em Algés.
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