Sérgio Godinho vai estar em Macau para a 6.ª edição do festival, que vai ter lugar entre 04 e 19 de março, para apresentar o seu primeiro romance “Coração Mais que Perfeito”, tendo também agendado um concerto, marcado para dia 15, enquanto Pedro mexia, poeta, escritor, tradutor e consultor cultural do Presidente da República, é convidado para “falar do seu trabalho”.

A lista de convidados do Rota das Letras foi anunciada, em comunicado, na segunda-feira, depois de, em dezembro, a organização ter confirmado a presença do escritor português Bruno Vieira do Amaral no Rota das Letras, que também conta com dois finalistas de 2016 do prémio Man Booker: Madeleine Thien e Graeme Macrae Burnet.

Entre os autores portugueses está também Henrique Raposo, escritor e presença regular na imprensa em Portugal, e José Manuel Rosendo, autor de dois livros e correspondente de guerra, que cobriu vários conflitos, nomeadamente no Médio Oriente e que vai “debater o tema dos refugiados, da migração e do terrorismo”.

O jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos participa no Rota das Letras pela segunda vez, numa edição que também conta com João Nuno Azambuja, vencedor do Prémio Literário UCCLA — Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, e com o poeta António MR Martins.

O Rota das Letras conta ainda com os portugueses João Morgado e Raquel Ochoa, escritora que irá apresentar um livro sobre o arquiteto Manuel Vicente, com várias obras em Macau.

De Cabo Verde é convidado o autor e atual ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, da Guiné-Bissau chega o romancista Abdulai Silá, e de Angola participa no festival Djaimilia Pereira de Almeida.

Ainda no universo lusófono, está confirmada a presença de Jessica Faleiro, nascida em Goa e que nos últimos anos dividiu residência entre aquele estado indiano e Londres.

Outro dos nomes com lugar marcado no festival é o do escritor chinês premiado internacionalmente Yu Hua, autor do romance épico “To Live” (1992) e de “Brothers” (2010), e que em 2013 começou a escrever para o New York Times.

Da China marcam também presença Ouyang Jianghe, descrito como um dos expoentes do movimento de nova poesia chinesa desde a década de 1980, o poeta e ensaísta Wang Jiaxin, o escritor e crítico de cinema, arte e literatura conhecido como btr, que traduziu “A Invenção da Solidão” (2008), do autor norte-americano Paul Auster.

A lista de nomes da China inclui ainda as escritoras Zhang Yueran e Qin Wenjun.

De Hong Kong são convidados Liu Waitong — nascido na província chinesa de Guangdong em 1975, mas a residir na antiga colónia desde a transição para a soberania chinesa (1997) — e Dorothy Tse, autora de “So Black”, assim como a indonésia de etnia chinesa Xu Xi, que escreveu “That Man In Our Lives (2016).

Já de Taiwan marcam presença os autores Lo Yin-Chin, Chen Li e Wang Cong-Wei.

A sul-coreana Krys Lee, autora de “Drifting House” e “How I Became a North Korean”, o escritor curdo Ciwanmerd Kulek e a iraniana-australiana Sanaz Fotouhi, autora que trabalhou em produções no Irão e no Afeganistão, com documentários premiados, completam o leque de presenças no Rota das Letras.

A organização destaca também o escritor e ensaísta australiano Brian Castro, nascido em Hong Kong e com ascendência portuguesa, chinesa e inglesa.

Outras presenças confirmadas no festival são a da cineasta Clara Law, que nasceu em Macau e vive na Austrália, do produtor, escritor e guionista Eddie Fong, e do fotógrafo, escritor a autor de banda desenhada francês Philippe Graton e de Clément Baloup — filho de mãe francesa e pai vietnamita e autor de “Mémoires de Viet Kieu”, obra centrada nas questões da migração asiática.

Na banda desenhada surgem em destaque nomes de Portugal (Filipe Melo), Austrália (Oliver Phommavanh) e da China (Dick Ng).

O programa da sexta edição do Rota das Letras, uma iniciativa do jornal Ponto Final, prevê ainda, além de palestras e concertos, uma peça de teatro e exposições individuais, incluindo de John Young (australiano natural de Hong Kong) e Wong Ka Long (Macau), inspiradas no poeta Camilo Pessanha.

A edição deste ano contempla uma novidade, ao incluir um programa de escritores em residência organizado em parceria com a Universidade de Macau. A escritora Grace Chia (Singapura) será a primeira autora a participar neste projeto de duas semanas.