Um papel de parede criado em 2012 para a exposição “Debaixo das pedras da calçada, a praia!”, composto a partir de imagens de cães que o artista Jorge Queiroz fotografou durante um passeio à beira-mar, é o pano de fundo de toda a nova exposição “The Studio”, onde estão em exibição 21 obras do artista — 21 desenhos em papel e um pintura em tela.
“Jorge Queiroz é um artista que dedica muita atenção à forma como as suas exposições são montadas, e quando falei ao Jorge surgiu a ideia de criar algum encenação na apresentação da exposição e daí a ideia do papel de parede. O papel de parede é uma obra também na exposição. É uma obra que o Jorge Queiroz fez em 2012 para uma exposição que apresentou na Fundação Carmona e Costa [em Lisboa]”, explicou a curadora Isabel Braga, na conferência de imprensa esta tarde em Serralves.
Com a obra adicional, Jorge Queiroz recuperou a ideia do papel de parede que apresentara na exposição “Debaixo das pedras da calçada, a praia!”, trazendo para a Biblioteca de Serralves ”novas combinações de imagens” e dando inclusivamente um “novo título”, o que equivale em certa medida a atribuir-lhe o estatuto de “mais uma obra na exposição”, lê-se no comunicado entregue aos jornalistas.
A exposição é composta por 20 obras de desenhos em papel e uma pintura em tela, intitulada “The Studio” (2013), e que dá o nome à exposição.
A maioria dos desenhos é feita com grafite, apresentando apenas variações de cinza, mas há algumas exceções onde se introduz cor através de outros materiais, nomeadamente lápis de cor, guache, pastel de óleo e aguarela.
Quanto à pintura, que dá nome à exposição, partilha com os desenhos a “presença da cor” e a apresentação de “paisagens e figuras indefinidas, difusas, atores de narrativas cujo sentido nunca é explícito”, refere a comunicado.
Todas as obras de Jorge Queiroz da exposição “The Studio” fazem parte da Coleção de Serralves, núcleo composto a partir da exposição individual que o artista exibiu em 2007 nesta instituição, explicou Isabel Braga.
Jorge Queiroz, 54 anos, nasceu em Lisboa, dois anos antes de um acontecimento que transformou para sempre quase todas as ideias sobre a política e a juventude, e sobre a relação da juventude com a política – o Maio de 68 -, e iniciou os seus estudos artísticos no Ar.Co, na capital portuguesa, onde teve professores como Rui Sanches e António Sena, e no Royal College of Arts, em Londres.
Entre 1997 e 1999, Jorge Queiroz, que venceu o Prémio da secção portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), em 2016, realizou um mestrado na School of Visual Arts, em Nova Iorque, cidade onde viveu seis anos, antes de, em 2004, se fixar em Berlim.
Desde 2014 que vive e trabalha em Lisboa.
A exposição “The Studio” fica patente em Serralves até 20 de setembro próximo.
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