O anúncio das novas unidades curriculares de competências transversais da UP para o próximo ano letivo decorreu durante a Cimeira Europeia Universidade & Cultura, que arrancou hoje em formato ‘online’ no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).
Organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e pelo Plano Nacional das Artes, a cimeira visa debater o papel crucial e democrático que as artes podem desempenhar no reposicionamento das universidades da UE no mundo.
Na sessão, a vice-reitora da Cultura da UP, Fátima Vieira, salientou a importância de se reforçar “o elo de ligação” entre as instituições do Ensino Superior e as instituições culturais locais.
“Este é o tempo perfeito para agir. Temos um problema de natureza cultural e, se a cultura é parte do problema, também pode ser parte da solução”, disse.
No âmbito da “Declaração do Porto — Universidade & Cultura”, a UP prevê dar início, no ano letivo de 2021/2022, a novas unidades curriculares para todos os estudantes de licenciatura e mestrado.
Na unidade curricular “Volta ao Palco em 80 horas”, no Teatro Nacional São João, os estudantes vão aprender com encenadores e atores, e na unidade “Música e Sociedade” vão conhecer a Casa da Música “por dentro”.
Já na unidade “Museu como um lugar de fruição”, no Soares dos Reis, os estudantes vão adquirir competências de avaliação das coleções, valências e dimensões do museu e na unidade “Jardim Botânico” vão conhecer a arte e técnica de criar jardins.
Além de novas unidades curriculares, a “Declaração do Porto — Universidade & Cultura” prevê a criação de um Corredor Cultural do Porto que visa “criar condições de igualdade de oportunidades para todos os estudantes no acesso às artes, cultura e património”.
O corredor já integra “múltiplas estruturas museológicas da cidade” do Porto, tais como o Reservatório, Casa Tait, Casa dos 24, Casa Guerra Junqueiro e Biblioteca Sonora.
Os estudantes universitários, nacionais e de países europeus abrangidos pelo programa Erasmus +, poderão visitar estas instituições “livremente ou a preços muito reduzidos”, sendo que a iniciativa também vai abranger teatros e salas de espetáculos da cidade.
“Começamos com o Corredor Cultural do Porto e sonhamos com um corredor cultural à escala europeia”, afirmou a vice-reitora da UP, acrescentando que a “Declaração do Porto — Universidade & Cultura” ficará aberta a discussão entre abril e setembro e será apresentada em dezembro.
Também presente na cimeira, o comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, salientou a importância de “transformar as instituições do Ensino Superior em centros culturais”.
“É urgente capacitar cada instituição de Ensino Superior de um forte departamento cultural para continuar esta missão e promover projetos multidisciplinares. É necessário quebrar as paredes das instituições. […] Não nos podemos fechar nas áreas em que nos especializamos”, disse.
Na sessão, o reitor da UP, António Sousa Pereira, salientou que o Corredor Cultural do Porto tem como principal objetivo “a democratização da cultura” e assegurou que a instituição está “comprometida com esta missão”.
Já o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmou tratar-se de “uma questão oportuna” e disse esperar que a iniciativa da UP possa “ser acolhida não só em Portugal, mas também na Europa”.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, considerou fundamental que as instituições de Ensino Superior “se aproximem da cultura e das artes”.
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