Layne Staley é o provavelmente o maior, entre estes. Morreu em 2002, após se injectar com uma mistura de cocaína e heroína, vulgo speedball; para trás, deixou toda uma carreira ao serviço dos Alice In Chains. Antes, tinha existido Kristen Pfaff, baixista das Hole durante um curto período, falecida em 1994 devido a uma sobredose de heroína. Sem esquecer John Baker Saunders, fundador e baixista dos Mad Season – dos quais Staley também fez parte –, que se despediu do mundo em 1999, sucumbindo igualmente ao vício.

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São alguns nomes da história do grunge que viram as suas vidas terminar por culpa das drogas. Poderíamos acrescentar a esta lista alguns outros, como Kurt Cobain, que mesmo não tendo morrido de sobredose de drogas esteve, até ao seu suicídio, sob o seu poder. Ou Stefanie Sargent, das 7 Year Bitch, encontrada morta em 1992, asfixiada no seu próprio vómito após uma noite de consumo de álcool e heroína. Mas, antes de todos eles, houve Andrew Wood, espécie de enfant terrible da cena de Seattle, homem que com os Malfunkshun e, mais tarde, os Mother Love Bone trouxe algum do glamour do rock dos anos 70 a um sítio chuvoso, depressivo, cinzento. O Pacífico Noroeste.

A morte de Andrew Wood foi o ponto zero de um lado que se diz negro, e o qual se associa muitas vezes ao grunge, sobretudo após a morte de Cobain: o consumo exacerbado de drogas, especificamente da maldita heroína. Não é como se esta fosse uma droga nova em meios rock, ou consumida mais em Seattle que noutros pontos dos Estados Unidos. Mas a mitologia – e é de mitologia que se trata, potenciada pelos fãs, pelos artistas, pelos media – ficou. Grunge e Geração X não significam apenas “género de música” e “geração desinteressada e/ou perdida”, respetivamente; os mais conservadores entre nós pensarão, imediatamente, num “bando de drogados” que teve a sorte, ou o azar dependendo do ponto de vista, de se tornar famoso e rico.

Um artigo no jornal “Seattle Times”, datado de 20 de abril de 1994 (poucas semanas após a morte de Kurt Cobain), poderia induzir essa perspetiva. Entre os dados apontados por este jornal, contam-se um aumento de 84% das mortes provocadas pelo consumo de heroína entre 1986 e 1992, período durante o qual a cena rock de Seattle se formou e consolidou no mainstream. Só nos primeiros seis meses de 1993, registaram-se 410 casos de sobredosagem. A contracultura também parecia não desdenhar a droga: fala-se de graffitis na universidade local com a mensagem Heroin, just do it. Mas o “Seattle Times” também escreve: o consumo de heroína, nesses anos, aumentou em muitas das principais cidades dos Estados Unidos, cidades até sem qualquer tipo de ligação ao grunge.

No mesmo artigo, Daniel House, dono da editora independente C/Z, esclarece que o consumo de heroína não é uma parte tão grande da cultura grunge como se possa pensar. Jeff Gilbert, editor da revista “Guitar World”, vai mais longe: «Acho que [o consumo de heroína] em Seattle foi exagerado. Há a ideia de que, aqui, toda a gente da cena musical é viciada em heroína. Quanto muito, fumam todos a sua erva». Porquê, então, esta ideia? «[A heroína] Alivia a dor. Esconde os teus demónios, e faz-te sentir protegido. [Os músicos] são pessoas muito sensíveis e emotivas; se a maioria das pessoas sente as coisas num nível 10, eles sentem-nas num 12», afirma Bob Timmins, ex-viciado, à altura conselheiro para várias estrelas rock do meio no que às drogas diz respeito.

Do glam ao grunge

“Sensível” e “emotivo” são adjetivos que encaixariam que nem uma luva no perfil de Andrew Wood, a primeira grande perda do grunge para a heroína. Nascido em Columbus, no estado do Mississippi, a 8 de janeiro de 1966, Wood mudou-se cedo para Bainbridge Island, ilha localizada a oeste de Seattle. O mais novo de três irmãos, Wood não teve uma infância particularmente fácil. A família não tinha a melhor das relações, com discussões várias e carinhos poucos. O divórcio dos pais pesou-lhe, e começou desde muito cedo a consumir drogas, sobretudo marijuana; com 11, 12 anos era já versado no assunto. «A quantidade de erva que ele conseguia fumar era de loucos», afirma Robert Scott Crane, dono dos estúdios Soundhouse, no livro “Everybody Loves Our Town”. «Olhando para trás, é óbvio que estava a tentar reprimir algumas coisas».

Salvou-o, durante esse tempo, o facto de os pais o apoiarem, e aos seus irmãos, nos seus delírios musicais. Entre as suas maiores influências estava o artista country Glen Campbell e um dos nomes cimeiros do rock da década de 70, Elton John, cuja exuberância teria um forte impacto na forma como mais tarde se apresentou. Na adolescência, queria ser DJ, e chegou mesmo a ganhar um concurso da rádio KZOK, que lhe permitiu ter o seu próprio programa por uma tarde. Mas esse sonho depressa foi trocado pelo do estrelato rock – sobretudo após ver concertos dos Cheap Trick e dos Kiss, destacando-se uma “obsessão” por estes últimos.

Já no liceu era alvo de todas as atenções, para isso contribuindo o facto de vestir as roupas da própria mãe e de se apresentar como alguém sensível e carinhoso, adorado pelas raparigas. Uma sensibilidade que era levada ao extremo. Aos 15 anos, foi rejeitado por um dos seus primeiros grandes amores, acabando a escrever o nome dela no peito com uma faca. Um ano antes, lançou as primeiras bases para os Malfunkshun, o seu primeiro grupo de sucesso, na companhia do irmão Kevin. Cada acidente de carro, cada encontro com a polícia, e até mesmo o consumo de drogas era na cabeça de ambos uma manchete – uma oportunidade para ser alguém, para obter o mediatismo que tanto almejavam.

Mother Love Bone, Andrew Wood ao centro | DR

O ser implicava uma transformação. Inspirado pela série “O Caminho das Estrelas”, Andrew Wood começa a apresentar-se com o nome artístico L'Andrew the Love Child, entrando em palco com o rosto completamente maquilhado. O amor que não parecia ter em casa, oferecia-o em barda aos que o viam tocar. «A maquilhagem transportava-o para outra personagem», menciona Chris Cornell em “Everybody Loves Our Town”. As suas performances eram sempre exageradas, em termos rock n' roll: dirigia-se ao público como se estivesse a tocar num grande estádio, percorria as salas armado do seu baixo, chegava ao ponto de parar para comer cereais – os quais depois atirava a quem estivesse à sua frente.

Apesar dos elogios, os Malfunkshun nunca chegaram a alcançar o sucesso que queriam, ou que outros previam. Por volta de 1985, o consumo de drogas começa a tornar-se crítico (a sua segunda namorada apresentou-o às ditas drogas injectáveis), e Andrew Wood toma a decisão de se registar numa clínica de reabilitação. Ao sair da clínica, o grupo obtém a sua primeira grande oportunidade no meio rock de Seattle: fazer parte da compilação “Deep Six”, da C/Z, que juntou os Malfunkshun a nomes como os Green River, Soundgarden, Melvins, Skin Yard e The U-Men. Essa compilação constitui um dos poucos LPs onde é possível escutar as canções que Wood cantou com a banda; o outro, “Return to Olympus”, foi editado de forma póstuma em 1995.

Um jovem ambicioso

Porém, essa presença ao lado de outros grandes nomes de Seattle não levou os Malfunkshun a abandonar a sua condição de nicho, dar o salto para as tabelas de vendas nacionais. Andrew Wood podia ser uma estrela local, mas um homem com a sua ambição não se conseguia, nem se poderia, resignar a essa insularidade. O caso começa a mudar de figura em pouco tempo. Os Green River chegam ao fim, e das suas cinzas nascem dois novos projetos: os Mudhoney, com Mark Arm, e uma banda de versões intitulada Lords of the Wasteland, com Stone Gossard e Jeff Ament.

Após algumas jam sessions, a Wood, Gossard e Ament juntam-se o baterista Greg Gilmore e o guitarrista Bruce Fairweather, e os Lords of the Wasteland ganham um novo nome: Mother Love Bone. Andrew Wood pôde, assim, ter finalmente a banda que queria de facto formar, longe dos delírios psicadélicos e até heavy metal dos Malfunkshun, que nunca chegaram a terminar de forma oficial – algo que deixou frustrado Kevin Wood, que nessa altura chega até a ser convidado a fazer parte de uns ainda embriónicos Nirvana. A sua postura em palco era o complemento necessário a uma sonoridade que já deixava antever o que Seattle tinha e viria a ter ainda mais a oferecer. «Nos Malfunkshun, o Andy era claramente uma personagem», explica Nils Bernstein, publicista da Sub Pop (editora que rejeitou este grupo por não soar “grunge” o suficiente), em “Everybody Loves Our Town”. «Já os Mother Love Bone eram uma banda rock comercial, com ambições. Ainda tinha a cena do “L'Andrew”, mas não era uma coisa underground, como os Malfunkshun».

Tanto não o era que, em 1988, os Mother Love Bone eram já uma das bandas mais promissoras de Seattle. No centro, Andrew, «o único comediante da história do grunge em Seattle», como o descreveu o produtor Jack Endino. As grandes editoras começavam a tomar notas, e em novembro os Mother Love Bone assinam pela PolyGram, editando o EP “Shine” através de uma sua subsidiária. O disco obteve algum sucesso além-Seattle, e foi uma das sementes que mais tarde potenciou a explosão. Ainda que, à altura, Andrew Wood não detectasse na sua banda qualquer «sonoridade de Seattle». Até porque aqui o espírito punk ainda tinha algum peso: lançar um álbum por uma grande editora era visto como uma traição, antitético aos valores de uma cena que não se queria comercial. Mas Andy tinha outros planos. «Não quero andar em digressão numa carrinha, quero um autocarro», afirma, numa entrevista presente no documentário “The Love Bone Earth Affair”.

Chris Cornell, Andy Wood e Ian Astbury (The Cult), 1989 | DR

É também por esta altura que Andrew Wood conhece aquela que viria a ser a sua noiva, Xana de La Fuente, que à altura trabalhava numa loja de roupas vintage. A relação entre ambos é apaixonada, ao ponto da idolatria, mas ficou também marcada pelas muitas discussões. Algumas delas com violência. «Ele era espancado. Via-o com olhos negros, narizes a sangrar», relata Regan Hagar, baterista nos Malfunkshun, em “Everybody Loves Our Town”. Xana também era alvo de agressões, mas afirma «nunca se ter sentido vítima de violência doméstica». Os dois acabam a morar juntos em casa de Chris Cornell, para onde Andy se tinha mudado de forma a manter-se longe das drogas. «A maior parte do meu tempo era passada a vê-lo a sentir dificuldades para não se injectar ou beber», contou o falecido vocalista dos Soundgarden. O vício, no entanto, acabou por falar mais alto. Com todo o sentimento de culpa que isso acarretava. «Ele odiava-se quando voltava às drogas. Chegava a casa e pedia-me ajuda», conta Xana em “Malfunkshun: The Andrew Wood Story”, documentário de 2005.

Uma recaída trágica

A PolyGram, que via nos Mother Love Bone um sucesso à espera de acontecer, rapidamente lhes propõe gravar um LP, “Apple”, que viria a sair em julho de 1990, três meses após a morte de Andy. Entretanto, o problema do vocalista com a heroína agravava-se, e este decide passar uma nova temporada numa clínica de reabilitação. Até porque, em casa e no meio rock por onde circulava, não obtinha o apoio necessário a evitar recaídas. A família preocupava-se apenas com os valores do contrato que os Mother Love Bone assinaram, ignorando – ou tentando ignorar – o vício. Os seus colegas pensavam que este não era sequer um problema. «Não percebi o quão agarrado estava até o ver procurar por tratamento», confessa Bruce Fairweather.

Que levou Andy a voltar às drogas? Talvez a sua relação turbulenta com Xana, da qual não se conseguia deslargar. Ou talvez a falta de carinho da família. Ou, explicou Chris Cornell, a pressão que o vocalista passou a sentir para que os Mother Love Bone fossem um sucesso comercial. «Em poucos meses, deixámos de ser dois colegas de quarto, com bandas obscuras que ninguém ia ouvir, para passar a ter a atenção das grandes editoras», contou o músico, que na altura também começava a dar passadas largas com os Soundgarden, em “Malfunkshun: The Andrew Wood Story”. Fosse pelo que fosse, Andy tinha a consciência de ter um problema. Até que o deixou de conseguir resolver.

A poucas semanas de iniciar uma digressão pela Europa, onde os Mother Love Bone iriam fazer as primeiras partes dos Aerosmith, Andrew Wood sofre uma sobredose de heroína. Foi encontrado já em estado de coma por Xana, no quarto de ambos, e imediatamente transportado para o hospital. Ficou internado por três dias, até ser tomada a decisão difícil de se desligar o músico das máquinas que o mantinham vivo, a 19 de março de 1990. Para além de Xana, acompanhou-o a família, os amigos próximos e, claro, várias figuras da cena de Seattle, até mesmo fãs. «Às vezes desejo nunca ter ligado a ninguém e dito que ele estava internado», admite Xana em “Everybody Loves Our Town”. «Por causa de todo aquele cenário. Houve muita gente que não merecia fazer parte daquilo, muitas groupies».

A um memorial no Paramount Theatre, também preenchido por amigos e fãs, sucedeu uma cerimónia mais privada. Entretanto, a morte de Andrew Wood começava a gerar ondas concêntricas em Seattle, especialmente por entre os músicos que também tinham na heroína um passatempo. «Houve muita gente que começou a pensar que tinha de se pôr fina», conta Kelly Canary, vocalista das Dickless, em “Everybody Loves Our Town”. «Mas esse sentimento durou uma hora, e depois passou». Eddie Spaghetti, dos Supersuckers, é mais duro. «Quando ele morreu houve muita gente a perguntar onde ele tinha arranjado a droga. Achavam que devia ter dado uma moca do caraças».

Uma festa posterior em casa de Kelly Curtis, manager dos Mother Love Bone, juntou toda a gente que se queria despedir de Andy pela última vez. Como Nancy Wilson, das Heart, uma das poucas bandas de Seattle que tinha obtido sucesso nacional pré-grunge. «Levei os meus cães, e toda a gente se deitou no chão a abraçá-los, porque era reconfortante», conta a guitarrista. «Há um lado muito de família na cena rock de Seattle». À despedida sucedia a questão: que fazer? O próprio pai de Andrew Wood havia dito, no memorial, que queria que os Mother Love Bone continuassem e se tornassem «nas maiores estrelas possíveis». A PolyGram queria substituir Andy por outro vocalista. Mas os demais membros do grupo tinham as suas reservas – e os Mother Love Bone encerram mesmo atividade, poucos meses depois.

Das cinzas fez-se futuro

«Seattle perdeu completamente a alma quando o Andy Wood morreu. Mas creio que começou a perdê-la quando eles assinaram por uma grande editora», afirma Robert Scott Crane em “Everybody Loves Our Town”. «Lembro-me de ver o Chris [Cornell] furioso com o Andy, pouco tempo depois de ele morrer. Muito irritado e magoado pelo que o Andy tinha feito. Mas acabou por fazer as pazes com toda a situação», acrescenta Scott McCullum, baterista dos Skin Yard. Xana, que depois de Andrew Wood teve uma miríade de outras relações (incluindo o ator Mickey Rourke), ainda hoje diz estar apaixonada pelo falecido vocalista. «Comparados com um morto, todos os homens ficam em segundo plano», salienta.

"Temple of the Dog", 1992 | DR

Por um momento, parecia que Stone Gossard e Jeff Ament não voltariam ao rock n' roll. Até que Chris Cornell, em digressão pela Europa, começa a compôr algumas canções em homenagem a Andrew Wood, gravando-as numa cassete e entregando-as a Xana como um presente. «O Stoney e o Jeff ouviram-me a tocar essa cassete na casa da Kelly Curtis, onde eu morava à altura. Perguntaram o que era. E foram chatear o Chris, a dizer-lhe que as queriam tocar». Este acede, e ao trio juntam-se o baterista Matt Cameron e o guitarrista Mike McCready. Nos ensaios – já com a ideia de lançar um LP – estava um outro jovem, de seu nome Eddie Vedder, que acabou a contribuir com a sua voz em algumas das canções.

O nome deste “supergrupo”, Temple of the Dog, foi retirado a um dos versos de 'Man of Golden Words', dos Mother Love Bone. Será também esse o título do LP, editado a 16 de abril de 1991 pela A&M. Gravado em apenas 15 dias, e produzido pela própria banda, “Temple of the Dog” vendeu inicialmente cerca de 70 mil cópias, e obteve boas críticas por parte da imprensa especializada. Mais importante que tudo isso, deixou os seus integrantes satisfeitos, que viram nele a melhor e mais sincera homenagem possível a Andrew Wood. «Ele teria gostado muito do material», afirmou Chris Cornell em entrevista à rádio KISW, em 1991. Desta homenagem nasceria um dos grupos que mudou para sempre a história do grunge: os Pearl Jam, que nesse mesmo ano editariam o seminal “Ten”. O sucesso destes, e dos Nirvana, teria uma espécie de efeito trickle-down em “Temple of the Dog”, que em 1992 vendeu mais um milhão de cópias.

Nada disto teria sido possível sem a tragédia; a morte de Andrew Wood foi o catalisador de todo um movimento, que de Seattle se arrastou para o mundo. «Nos anos 80, as bandas grunge de Seattle só se queriam divertir, e não se preocupavam em fazer dinheiro. Mas isso mudou tudo», afirma o produtor Chris Hanzsek em entrevista à revista “AnOther”. Mesmo os Temple of the Dog não se viram imunes a críticas mais cínicas. «Para ser uma homenagem ao Andy Wood, tinha que ter pessoas próximas do Andy. Foi outra coisa, foi um disco a solo do Chris, com alguns amigos a tocar com ele», afirma Kim Thayil, guitarrista dos Soundgarden, em “Everybody Loves Our Town”. Talvez – mas o que é certo é que Andrew Wood, tanto na vida como na morte, acabou a marcar de forma indelével a cena de Seattle. E, se o desejo do seu pai se tornou verdadeiro no caso dos Pearl Jam, o da sua mãe, expresso em “Malfunkshun: The Andrew Wood Story”, está por cumprir em muitos casos: «Prestem atenção aos vossos filhos». Às vezes, basta isso.


Ao longo de 2021, o SAPO24 publica uma série de artigos focados no grunge, fenómeno e género musical que atingiu o seu apogeu há precisamente trinta anos: “1991: E Tudo o Grunge Mudou”. Acompanhe-nos nesta viagem.