O juiz responsável pelo caso, Eric Davis, informou os jurados no início do julgamento no Tribunal Superior do Estado de Delaware, no leste dos EUA, que as partes “resolveram a sua disputa”, sem fornecer detalhes, inclusive financeiros, deste acordo.
Ainda hoje de manhã a empresa Dominion Voting Systems tinha reclamado 1.600 milhões de dólares (cerca de 1.460 milhões de euros) em danos à estação ‘preferida’ dos conservadores norte-americanos.
O advogado desta empresa, Justin Nelson, referiu, em conferência de imprensa à porta do tribunal em Wilmington, Delaware, que o canal de televisão concordou em pagar 787,5 milhões de dólares (cerca de 717 milhões de euros).
"As mentiras têm consequências", realçou o advogado da Dominion.
Já a Fox New referiu estar “satisfeita” por ter chegado a um acordo com a empresa, acrescentando que "reconhece uma decisão judicial que considera certas alegações sobre a Dominion como falsas".
Este acordo, que ainda precisa de ser validado pelo juiz responsável, evita um julgamento prolongado, num caso que expôs a forma como a estação de grande audiência nos EUA atingiu os espetadores ao espalhar falsas alegações sobre as presidenciais de 2020.
A Dominion Voting Systems, cujas máquinas operaram em 28 estados durante a eleição presidencial conquistada por Joe Biden em novembro de 2020, acusou a Fox News de tê-la apresentado como um instrumento ao serviço dos democratas através de fraude com os votos eletrónicos, sem apresentar provas.
Este acordo salva a pérola do império dos ‘media’ de Ruper Murdoch de passar pelo "julgamento por difamação do século", como o jornal New York Times classificou.
Para o próprio magnata dos ‘media’, de 92 anos, evita a perspetiva de possivelmente ter que testemunhar.
Ainda antes do processo, a Fox News já tinha sentido o embaraço deste caso após a publicação de trocas de ‘emails’ ou mensagens de texto que mostravam que figuras da estação, e até Rupert Murdoch, mal acreditavam, em novembro de 2020, no cenário de uma eleição fraudulenta, ao mesmo tempo que as acusações passavam em direto.
Este julgamento era aguardado com ansiedade nos Estados Unidos, onde era visto como um teste aos limites da liberdade de expressão, garantidos pela primeira emenda à Constituição, bem como ao combate à desinformação.
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