“Uma das primeiras medidas que tomaremos é acionar o contrato por justa causa. Entendemos que há motivos para a rescisão por justa causa, uma vez que os próprios administradores se foram demitindo quando pressionamos à sua demissão por incompetência”, afirmou hoje à agência Lusa, Eduardo Teixeira.
O cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS-PP à liderança do município nas eleições de domingo, que falava à margem de uma ação de campanha, apontou como exemplo a demissão da administradora-delegada da Águas do Alto Minho (AdAM), “politicamente colocada” no lugar, por ter sido “adjunta do ministro do Ambiente”.
Eduardo Teixeira indicou ainda a demissão do presidente não executivo do conselho de administração da empresa, Carlos Martins, que deixou as funções “após uma audição parlamentar”.
“Esta é a prova provada que houve incompetência na gestão, os vianenses ficaram prejudicados, a marca AdAM tornou-se tóxica e, portanto, há motivos para rescisão por justa causa”, sustentou.
A atividade operacional da AdAm teve início em 01 de janeiro de 2020. A empresa é detida em 51% pela Águas de Portugal e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (liderança PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe - Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) reprovaram a constituição daquela parceria.
A constituição da empresa tem sido contestada por sete dos oito candidatos à presidência da Câmara de Viana do Castelo, que reclamam a sua reversão e a devolução da gestão das redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento básico ao município, pelo aumento "exponencial" das tarifas e "mau" funcionamento dos serviços.
Eduardo Teixeira sublinhou que a sede da AdAM é "do município e o ‘konw how’ também porque os trabalhadores têm contrato de cedência”.
“Após rescisão por justa causa, as águas voltarão aos serviços municipalizados de Viana do Castelo”, frisou.
O candidato da coligação PSD/CDS-PP lembrou “ter votado, há uns meses, enquanto deputado social-democrata na Assembleia da República”, pela reversão daquela parceria pública.
“Sou consequente. As águas passarão para esfera municipal, mas num ato consciente de rescisão por justa causa. Poremos fora das nossas instalações municipais a sede da Águas do Alto Minho”, garantiu.
Além de Eduardo Teixeira (PSD/CDS-PP) concorrem nas eleições de domingo à presidência da Câmara de Viana do Castelo Luís Nobre (PS), Cláudia Marinho (CDU), Jorge Teixeira (Bloco de Esquerda), Rui Martins (Aliança), Paula Veiga (Nós, Cidadãos!), e Maurício Antunes da Silva (Iniciativa Liberal) e Cristina Miranda (Chega).
Nas autárquicas de 2017, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% (dois mandatos) e a CDU (PCP/PEV) alcançou 8,11% (um eleito).
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