Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, garante ao Jornal de Negócios que já recebeu queixas de mais de 90 profissionais, garantindo ir enviar provas para o Ministério Público. A denúncia pública foi feita numa conferência da Ordem, a 12 de agosto.

O pedido, por parte dos bancos, surge devido às quebras acima dos 40% na faturação dos clientes, que não são reais, mas que são necessárias para ser possível aceder às linhas de crédito com a garantia do Estado.

"Aquilo que temos conhecimento é que se está a passar algo que consideramos inaceitável, os bancos estarem a pedir aos contabilistas para fazerem 'um jeitinho' de passar estas declarações mesmo quando as empresas não apresentam esta quebra de faturação", conta a responsável.

Para que a situação não avance, Paula Franco refere que, se chegarem queixas destas falsificações à Ordem, os casos serão levados a conselho disciplinar. "Serão consideradas falsas declarações e será considerado um erro grave", garante. Desta forma, os contabilistas devem denunciar os casos sempre que os bancos peçam para validar as declarações.

"Estamos a falar de dinheiros públicos, falsas declarações é crime público", refere. "Existe quebra de faturação, emitimos declaração. Não existe, não emitimos. Ou, no limite, se emitirmos, é dizer exatamente qual é a quebra de faturação e o banco que decida", explica.

Paula Franco refere ainda que o caso "é gravíssimo", admitindo que não percebe "como tantos colegas estão a cair nesta situação". Sobre os bancos, a bastonária refere que tal pedido "é de uma falta de ética enorme".

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