A Bélgica é um dos países mais afetados no mundo pela pandemia de covid-19 e anunciou recentemente a manutenção das medidas de confinamento parcial decididas no final de outubro, mas permitindo a reabertura das lojas a partir desta semana.
O encerramento de bares, restaurantes e cafés, a obrigação de teletrabalho, sempre que possível, a limitação dos contratos sociais e o recolher noturno permanecem em vigor.
Segundo o The Guardian, na passada sexta-feira o recolher obrigatório foi furado por um grupo de 25 pessoas, que participaram numa festa de sexo em Bruxelas.
No grupo, maioritariamente composto por homens, estavam vários diplomatas e um eurodeputado, posteriormente identificado como József Szájer, eleito para o Parlamento Europeu nas listas do Fidesz, o partido do primeiro-ministro Viktor Orbán.
Aquando do controlo policial, o eurodeputado tentou escapar do local saltando de uma janela do apartamento do primeiro andar, o que levou a que se ferisse na mão. Segundo o jornal britânico, Szájer, de 59 anos, renunciou depois ao cargo, pedindo desculpas pelo seu comportamento "irresponsável".
"Surgiu hoje [domingo] um artigo na imprensa belga sobre uma festa numa casa em Bruxelas na sexta-feira, na qual participei. Depois de a polícia ter perguntado a minha identidade — já que não tinha documentos — declarei que era deputado do Parlamento Europeu", referiu.
"A polícia continuou o processo e finalmente emitiu uma advertência verbal oficial e transportou-me até casa", explicou József Szájer.
Respondendo à acusação de ter drogas na mochila, o eurodeputado negou.
"Eu não tomei drogas. Disponibilizei-me à polícia para fazer um teste instantâneo, mas não o fizeram. A polícia disse que um comprimido de ecstasy foi encontrado. Não é meu, não sei quem o colocou [na mochila] e como. Fiz uma declaração à polícia sobre isso", garantiu.
"Lamento profundamente ter violado as restrições da covid — foi irresponsável da minha parte. Estou pronto para pagar a multa que ocorrer. Com a minha renúncia no domingo, tirei as consequências políticas e pessoais".
"Peço desculpa à minha família, aos meus colegas, aos meus eleitores. Peço-lhes que avaliem o meu passo em falso num contexto de 30 anos de trabalho árduo e dedicado. O passo em falso é estritamente pessoal. Eu sou o único responsável por isso", rematou.
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