A moção, apresentada pelo PCP na reunião pública do executivo municipal lisboeta, foi aprovada com os votos favoráveis de todos os vereadores, com exceção dos eleitos do PSD, que se abstiveram.
O presidente da câmara, Fernando Medina (PS), considerou que o documento apresentado pelos comunistas, nesta reunião representados pelos vereadores Jorge Alves e Ana Jara, "transcreve de forma adequada a situação, que é delicada, devido ao subinvestimento crónico" naquelas empresas "durante muito e muito tempo".
Através da moção, a Câmara de Lisboa pede que o Governo, liderado pelo socialista António Costa, a informe sobre o diagnóstico dos problemas e as medidas adotadas para os resolver, assim como que “concursos foram lançados para admissão de pessoal" e com que prazos.
O município quer ainda saber quais "as medidas imediatas que o Governo pondera adotar para menorizar os impactos negativos destas situações junto dos utentes e garantir o rigoroso cumprimento dos horários e o fim das supressões de carreiras, promovendo um transporte público com qualidade, regularidade e fiabilidade".
"Os problemas existentes nas empresas Transtejo e Soflusa têm vindo a agravar-se, motivando inúmeras queixas apresentadas pelos utentes dos serviços públicos, relacionadas com a supressão de ligações fluviais entre Lisboa e Barreiro, chegando, por vezes, a estarem cerca de 2.000 pessoas a aguardar ligação nos terminais respetivos", sustenta a moção.
Referindo o anúncio recente da compra de 10 novos navios, sublinha-se no documento que "é uma decisão importante, desde que se concretize, mas não basta".
"Os problemas com que estas empresas se debatem exigem medidas imediatas enquanto os novos navios não chegam, além de medidas de fundo que o Governo reconhece serem necessárias, mas tarda em concretizar", alega a moção.
De acordo com o documento aprovado pelos vereadores, "torna-se indispensável que sejam admitidos os trabalhadores em falta, nomeadamente da manutenção e marítimos, que sejam adquiridas as peças e sobressalentes necessários à manutenção corrente das embarcações, que sejam reparados e saiam do estaleiro os navios que lá estão e entrem outros que estão parados".
Desde o dia 10 de maio que as ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa têm registado várias perturbações devido à falta de mestres, situação que se mantém no dia de hoje, com várias carreiras a serem suprimidas.
O cenário piorou com a paralisação parcial de dois dias, que ocorreu no final da semana passada, e com a greve às horas extraordinárias, que se iniciou no dia 23 de maio e se deve prolongar até ao final do ano.
Está já prevista uma nova paralisação parcial, de três horas por turno, entre 03 e 07 de junho, que deve afetar as horas de ponta da manhã e tarde.
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