Os confrontos coincidem com as celebrações do Ramadão muçulmano e da Páscoa judaica, num clima de grande tensão entre israelitas e palestinianos desde o início do ano.
O movimento islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, denunciou um "crime sem precedentes" e convocou os palestinianos da Cisjordânia ocupada "a comparecer em massa na mesquita de Al Aqsa para defendê-la".
O templo fica na Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islão, em Jerusalém Oriental, o setor palestiniano da Cidade Sagrada ocupado e anexado por Israel.
A Esplanada está construída sobre o que os judeus chamam de Monte do Templo, o local mais sagrado do judaísmo.
O ministro palestiniano dos Assuntos Civis, Hussein Al Sheikh, afirmou que "o nível de brutalidade [da polícia israelita] exige uma ação urgente palestiniana, árabe e internacional".
A Jordânia, que administra os locais sagrados muçulmanos de Jerusalém, condenou o "ataque" à mesquita e pediu às forças israelitas que se retirem imediatamente. A Arábia Saudita afirmou que "rejeita categoricamente" as ações que violem "os princípios e normas internacionais de respeito aos locais sagrados".
Registadas explosões
A polícia israelita divulgou um vídeo que mostra explosões do que pareciam ser fogos de artifício dentro do santuário e o que parecem ser pessoas a atirar pedras.
Num outro vídeo, agentes da polícia de choque avançam em direção à mesquita e usam escudos como proteção.
As imagens mostram uma porta cercada por barricadas, fogos de artifício num tapete e a polícia a retirar pelo menos cinco pessoas algemadas.
Em comunicado, a polícia denuncia a ação de "vários jovens criminosos e agitadores mascarados que entraram com fogos de artifício, paus e pedras" na mesquita.
"Os líderes ficaram entrincheirados dentro da mesquita durante várias horas [após a última oração vespertina] para perturbar a ordem pública e profanar a mesquita, enquanto gritavam frases que incitavam o ódio e a violência", acrescenta a nota.
"A polícia foi obrigada a intervir para desalojá-los e permitir que ocorressem [as primeiras orações do amanhecer], bem como evitar distúrbios violentos", destacou a força de segurança.
"Ação determinada"
O ministro israelita da Segurança Interna, Itamar ben Gvir, acusou os palestinianos que foram retirados da mesquita de tentativa de "ferir e matar polícias e de ferir cidadãos israelitas". Ao mesmo tempo, elogiou a "ação rápida e determinada" da polícia.
Após os confrontos em Al-Aqsa, vários mísseis foram disparados a partir do norte da Faixa de Gaza em direção ao território de Israel.
Em represália, o exército israelita executou ataques aéreos contra o que afirmou serem instalações militares do Hamas na Faixa de Gaza, onde dezenas de pessoas tinham protestado horas antes. Os manifestantes queimaram pneus e prometeram "defender e proteger a mesquita de Al-Aqsa.
O ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito condenou a "entrada da polícia israelita na mesquita de Al Aqsa e a agressão contra os fiéis".
O conflito palestiniano-israelita ficou ainda mais tenso nos últimos meses, após a posse em dezembro de um dos governos mais à direita da história de Israel.
A violência provocou quase 110 mortes desde janeiro e foi retomada no fim de semana passado, após uma calma relativa que era observada desde o início do Ramadão, em 23 de março.
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