No final de uma visita a uma unidade de saúde em Lisboa onde decorre o processo de vacinação de bombeiros, António Costa foi questionado sobre quando será vacinado, um dia depois de ser conhecido que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, receberam na sexta-feira a primeira dose da vacina contra a covid-19, no Hospital das Forças Armadas.
“Poderão [saber] quando eu souber, não será segredo, mas ainda não fui informado”, respondeu.
De acordo com o primeiro-ministro, além do chefe do Estado e do presidente do parlamento, “têm sido já membros do Governo e deputados vacinados”.
“Como sabe, depende do número de doses, da idade, eu felizmente ainda tenho menos de 65 anos e serei provavelmente vacinado com a vacina da Astrazeneca. Os serviços de saúde vão organizando isso e quando for a minha vez lá estarei para dar o ombro à vacina”, assegurou.
Fonte oficial de Belém adiantou na sexta-feira à Lusa que o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas “deverá receber a segunda dose ainda antes da posse a 9 de março” para o segundo mandato para o qual foi eleito em 24 de janeiro.
Por outro lado, fonte oficial do gabinete do presidente do parlamento disse à Lusa que “também já se iniciou a vacinação contra a covid-19 de outros deputados”, sem especificar quais.
A vacinação contra a covid-19 em Portugal começou em 27 de dezembro, abrangendo primeiro profissionais de saúde envolvidos na resposta a esta doença, e estendendo-se depois a profissionais e residentes em lares de idosos e unidades de cuidados continuados.
A primeira fase do plano de vacinação inclui também profissionais das Forças Armadas, forças de segurança e serviços considerados críticos.
Cem mil vacinas na próxima semana para idosos ou com doenças associadas
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou ainda que, na próxima semana, haverá um reforço de cem mil vacinas para administrar aos idosos com mais de 80 anos e às pessoas com mais de 50 anos e doenças associadas.
No final da visita a uma Unidade de Saúde Familiar do Areeiro, em Lisboa, o primeiro-ministro assinalou que já terminou “a grande campanha de vacinação de todos os utentes e trabalhadores de lares”, ficando apenas de fora aquelas instituições onde existiam surtos, que serão vacinados mais tarde.
“Iniciámos a campanha de vacinação das pessoas com mais de 80 anos e das pessoas com mais de 50 anos e algumas doenças associadas. Esse será seguramente o grupo que, para a próxima semana, vai ter um reforço já mais importante. Creio que cem mil vacinas serão destinadas na próxima semana a este grupo de maior risco”, afirmou.
António Costa fez questão de deixar uma mensagem a este grupo populacional, apelando a que aguardem o contacto das autoridades de saúde e não se dirijam aos centros de saúde ou postos de vacinação antes de o receberem.
“Serão contactadas primeiro por SMS, se não tiverem SMS, por via telefónica, se não tiverem telefone por via postal. Não vale a pena correr aos centros de saúde e postos de vacinação, cada um será avisado de qual é o seu dia, hora e local. Devemos aguardar serenamente que nos chamem e todos seremos chamados à vez”, garantiu.
Sobre a vacinação dos bombeiros, que já arrancou na quinta-feira, o primeiro-ministro enquadrou-os nos serviços essenciais do Estado, a par dos profissionais de saúde, forças de segurança ou Forças Armadas, e salientou a importância de “proteger” quem protege os restantes cidadãos, tal como tinha feito horas antes no arranque no processo de vacinação de elementos da GNR e PSP, num quartel em Lisboa.
Na mesma linha, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que acompanhou António Costa nas duas iniciativas, realçou a dupla dimensão dos bombeiros, quer na saúde pública, quer nas funções essenciais do Estado.
“Durante duas semanas, iremos vacinar cerca de quinze mil bombeiros, profissionais, voluntários ou municipais”, explicou, destacando que os bombeiros foram responsáveis pelo transporte de “85% dos doentes para os hospitais e outras unidades de saúde”.
Segundo o Ministério da Administração Interna, a ordem de vacinação destes 15.000 bombeiros foi definida com base em critérios operacionais da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e abrange o universo de voluntários, sapadores e municipais.
[Notícia atualizada às 13:16]
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