Vladimir Putin assinou esta terça-feira um decreto para autorizar o uso mais alargado de armas nucleares, em caso de ataque à Rússia.
A que se deveu esta decisão?
Não é oficialmente, mas o decreto foi assinado após o presidente norte-americano, Joe Biden, ter autorizado, no domingo, a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar território da Rússia, como há muito pedia Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia.
Tal decisão ocorre no momento em que Biden está prestes a deixar a Casa Branca e o presidente eleito, Donald Trump, prometeu reduzir o apoio norte-americano à Ucrânia e acabar com a guerra o mais rapidamente possível.
A mudança segue-se também ao destacamento pela Rússia de tropas terrestres norte-coreanas para complementar as suas próprias forças, um desenvolvimento que lançou o alarme em Washington e em Kiev.
A Rússia reage com decreto e responde aos EUA
Após Vladimir Putin ter assinado o decreto, também o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse hoje que qualquer uso de armas com apoio dos Estados Unidos da América terá uma resposta de acordo e afirmou que "este apoio deverá ser confirmado.
Serguei Lavrov disse que em qualquer conflito "temos de considerar as razões principais dos apoios", referindo-se à autorização de armas de longo alcance pela Ucrânia.
O chefe da diplomacia russa prometeu uma "resposta apropriada” ao disparo ucraniano de mísseis ATACMS norte-americanos contra a Rússia, classificando-o como uma “nova fase” do conflito.
E como a Ucrânia reagiu a isto?
A Ucrânia atacou hoje território russo com armamento norte-americano. A confirmação foi feita tanto pela Ucrânia como pela Rússia.
Segundo a Rússia, a Ucrânia terá lançado mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos contra uma instalação militar na região fronteiriça russa de Bryansk, segundo a imprensa estatal citada pela AFP, no primeiro ataque do tipo desde que Kiev recebeu autorização de Washington.
"Às 3H25 (hora local), o inimigo atacou uma área na região de Bryansk com seis mísseis balísticos. Segundo dados confirmados pela agência internacionais, foram utilizados mísseis táticos ATACMS de fabrico americano", informaram as agências de notícias estatais, que citaram um comunicado militar.
Segundo a Rússia, o exército ucraniano realizou os disparos dois dias depois da autorização dada por Joe Biden para a utilização destas armas em território russo.
"Pela primeira vez, as Forças de Defesa da Ucrânia atingiram o território russo com mísseis balísticos ATACMS. O alvo foi atingido com sucesso", disse uma fonte informada das Forças de Defesa" ao jornal RBC-Ucrânia.
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