Segundo avança a SIC Notícias, foram detetados, pela Unilabs, dois casos da variante brasileira do novo coronavírus, que é altamente contagiosa, em Portugal. Estes casos foram idenficados na região da Grande Lisboa e já foram comunicados às autoridades de saúde.
Foram também enviadas amostras para o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, para realizar o seguimento epidemiológico e laboratorial adequado.
Miguel Castanho, bioquímico e investigador no Instituto de Medicina Molecular (iMM), explicou, em declarações à SIC, que esta variante, entre outras, provocou em Manaus “um efeito muito preocupante, houve um aumento muito acelerado de casos, muitos mortos e levantaram-se até algumas questões sobre o limite da imunidade de grupo”.
O investigador alertou assim que esta estirpe não deve ser “ignorada ou subestimada” e que “agora que temos dois casos entre nós, temos de fazer o possível, um esforço, para que não haja uma propagação da variante”, não apenas pelo risco que a mesma comporta, mas também porque devido à circulação da variante britânica, “os vírus podem evoluir, em menor grau, por mistura de uns com os outros, no caso de pessoas que sejam infetadas pelas duas variantes diferentes”.
Admitindo que o número de casos é reduzido, com o confinamento, Miguel Castanho espera que seja possível conter o vírus e reiterou que temos de ficar alerta, incluindo através do rastreamento, e analisar se há um alastramento desta variante.
O INSA confirmou entretanto em comunicado enviado à Lusa “a receção de duas amostras suspeitas de estarem associados à variante genética do SARS-CoV-2 primeiramente detetada no Brasil”.
O INSA acrescenta que as amostras serão agora analisadas, de forma a concluir se se tratam de facto de casos de covid-19 associados a esta variante.
A Direção-Geral de Saúde também refere que “assim que são identificadas variantes que suscitam reforço de monitorização são contactadas as autoridades de saúde, de forma a confirmar que o caso está isolado e que todos os contactos estão identificados e em isolamento profilático”.
Nos casos de covid-19 em Portugal há uma “progressão da proporção de casos confirmados com a nova variante" associada ao Reino Unido, que tem "maior foco" na região de Lisboa e Vale do Tejo, disse na terça-feira um especialista da DGS, André Peralta.
A variante detetada no Brasil ainda não tinha sido noticiada em Portugal. Especialistas brasileiros sugerem que a variante é mais transmissível.
(*com Lusa)
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