Em declarações à agência Lusa, o presidente da associação nacional de restaurantes PRO.VAR, Daniel Serra, contou que os empresários têm observado que muitos clientes não usam a máscara nas esplanadas.
“Nos últimos dias observámos o que estava a acontecer. Nós [associação] recebemos esta preocupação dos estabelecimentos da restauração e do comércio em geral. Na restauração tem a ver com o uso das máscaras e com o facto de os clientes não estarem a respeitar o pedido, e muitos empresários estão a pedir, que sempre que não estejam a consumir mantenham a máscara colocada. (…) Por isso, pedimos uma clarificação das regras de forma urgente para que se possa evitar um retrocesso no desconfinamento”, disse.
De acordo com Daniel Serra, os empresários não conseguem impor o uso da máscara.
“Um terço dos estabelecimentos estão a operar e dois terços estão a aguardar por dia 19 de abril e 3 de maio para poderem voltar a normalidade e há aqui uma preocupação de forma generalizada. Os empresários estão com o coração nas mãos porque não conseguem impor essa questão e muitos clientes quase de forma inconsciente acabam por incumprir”, sublinhou.
Por isso, a PRO.VAR pede ao Governo e às autoridades de saúde uma clarificação das regras para a restauração e para o comércio em geral, nomeadamente a obrigatoriedade de afixação das mesmas à entrada dos estabelecimentos.
“Pedimos que o comércio em geral e os estabelecimentos da restauração tenham a obrigatoriedade de ter uma indicação das regras covid nos estabelecimentos e isso não existe. É mais fácil para o empresário fazer cumprir se estiver afixado. Estamos a falar do ponto de vista também de concorrência: se for uma obrigação todos têm de cumprir da mesma forma, não há concorrência desleal. Uns cumprem, outros não e as coisas não funcionam”, explicou.
Segundo Daniel Serra, deviam ser afixadas indicações importantes como a lotação, regras básicas do uso da máscara e da desinfeção das mãos.
“No fundo são regras básicas que temos estado a pedir. Que todos os estabelecimentos fossem obrigados a comunicar para que seja mais fácil essa implementação e que haja aqui um natural desconfinamento e que não haja aqui nenhum sobressalto. Os empresários pedem que haja um equilíbrio entre o controlo da pandemia e a economia. Não queremos aqui voltar a uma situação anterior. São 13 meses de enorme dificuldade que o setor está a enfrentar e seria catastrófico voltar a confinar”, disse.
No âmbito da segunda fase de desconfinamento por causa da pandemia de covid-19, que arrancou na segunda-feira, os restaurantes, pastelarias e cafés com esplanada reabriram, mas com grupos limitados a um máximo de quatro pessoas por mesa, encerrando às 22:30 de segunda a sexta e às 13:00 ao fim de semana.
A decisão de avançar com a segunda fase do plano do Governo foi tomada na sexta-feira em Conselho de Ministros, depois de analisada a situação da pandemia em Portugal, em especial o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 e a taxa de incidência de novos casos de covid-19.
Nesta segunda fase de desconfinamento reabriram também os ginásios, mas ainda sem aulas de grupo, e os alunos dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos retomaram as aulas presenciais.
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