Carlos Lousada, diretor clínico e responsável pelo Serviço de Pneumologia do CHMT, entidade que agrega as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, no distrito de Santarém, disse à Lusa que a unidade hospitalar em Abrantes, onde está concentrada a Urgência Médico-Cirúrgica (UMC), tem hoje “10 doentes em cuidados intensivos com infeções respiratórios (ontem eram 11), para uma capacidade instalada de 12 camas”.
Cinco desses doentes estão “ventilados por insuficiência respiratória grave”. Os doentes internados têm idades compreendidas entre os 42 e os 84 anos.
Com uma “média de 600 atendimentos diários” nas urgências das três unidades hospitalares na última semana, dos quais 150 em pediatria, o diretor clínico do CHMT disse estar “ao nível das urgências dos hospitais centrais na atividade assistencial”, sendo “80% dos atendimentos dos Serviços de Urgência (SU) por doença respiratória”.
A maioria dos cidadãos que recorre à urgência, cerca de 450, apresentam idades entre os 30 e os 94 anos.
Face ao panorama e à procura assistencial, o CHMT decidiu “reforçar equipas e camas de internamento”, no âmbito do plano de contingência à gripe, “para dar resposta ao pico de procura e para fazer face às próximas semanas”.
O centro hospitalar prevê que a atual situação se prolongue “até ao final de janeiro, com o pico na segunda quinzena de janeiro”, devido aos “grandes convívios sociais” da quadra festiva do natal e ano novo, tendo a instituição indicado os idosos e crianças como grupos de risco.
Com cinco serviços de urgência (SU), entre os quais duas urgências básicas, em Tomar e Torres Novas, a urgência pediátrica, em Torres Novas, e a maternidade e Unidade Médico Cirúrgica (UMC) em Abrantes, os SU do CHMT registam, no entanto, uma “prevalência de 60% de pulseiras verdes/azuis” nos doentes triados, ou seja, casos não urgentes, o que faz aumentar os tempos de espera.
Os tempos médios de espera na última semana para doentes urgentes (amarelos) nos hospitais do Médio Tejo têm sido de entre uma e três horas, enquanto os não urgentes (verdes e azuis) esperam entre sete e 12 horas. Os doentes emergentes têm entrada imediata.
A triagem de Manchester, que permite avaliar o risco clínico do utente e atribuir um grau de prioridade, inclui cinco níveis: emergente (pulseira vermelha), muito urgente (laranja), urgente (amarelo), pouco urgente (verde) e não urgente (azul).
Nos casos de pulseira amarela, o primeiro atendimento não deve demorar mais de 60 minutos, e no caso da pulseira verde a recomendação é que não vá além de 120 minutos (duas horas).
O diretor Clínico do Centro Hospitalar Médio Tejo apelou à população que siga as recomendações da Direção Geral da Saúde (DGS) para as temperaturas frias e utilize a Linha Saúde 24 (808242424) antes de recorrer aos serviços de urgência.
“Não venham para as urgências com sintomas ligeiros”, apelou Carlos Lousada, tendo apontado à sobrecarga no serviço de urgência, já com uma “pressão muito grande”, e ao risco de contágio. “Quem tiver de recorrer às urgências deve usar sempre a máscara”, indicou.
Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 266 mil habitantes de 11 concelhos do Médio Tejo, a par da Golegã, da Lezíria do Tejo, também do distrito de Santarém, Vila de Rei, de Castelo Branco, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.
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