Não foi a primeira vez que Naramalli Sivaprasad, deputado indiano que fez carreira como ator, apareceu mascarado numa sessão parlamentar. Noutras situações, apareceu com vestes de agricultor, pastor, muçulmano e até com vestuário feminino, como forma de protesto contra a decisão do primeiro-ministro, Narendra Modi, de retirar notas de alto valor de circulação, argumentando que tal afetava as mulheres de forma desproporcional, conta o The Guardian.
Agora, Naramalli Sivaprasad ‘transformou-se’ em Adolf Hitler: uniforme castanho, braçadeira com a cruz suástica e o bigode característico. O motivo: Narendra Modi deve conceder assistência económica especial ao seu estado de Andhra Pradesh, que tem vindo a pressionar para um apoio especial.
“Comecei como soldado no exército alemão e ganhei grande respeito”, começou por dizer, personificando Hitler. “Mas eu era ávido por poder e como resultado tornei-me responsável pela Segunda Guerra Mundial, que resultou na morte de dezenas de milhões de pessoas e eu também me matei”.
“A minha sugestão para Modi é que não siga esse caminho. Ele já enganou Andhra Pradesh e Chandrababu Naidu. Se ele não se arrepender, ele verá a sua queda”, rematou.
Este disfarce provocou perplexidade, mas gerou pouca indignação num país onde Hitler não é visto como as mesmas associações “inflamatórias” como noutros países. Na Índia, o nome do ditador nazi aparece várias vezes: é uma marca de gelados, um café e até dá nome a lojas de roupa masculina espalhadas por todo o país. Além disso, canecas e outros objetos com a sua imagem podem ser compradas online.
“Os indianos nunca experimentaram o que Hitler foi, ao contrário do Ocidente e dos russos”, explicou Anirudh Deshpande, professor de história da Universidade de Deli. Por isso, Hitler chega a ser visto na Índia como “um grande nacionalista que trouxe glória ao seu país, o que faz dele um herói aos olhos de muitos”.
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