“Em nome individual, e tendo assistido por dentro a diversos processos de apoio a candidatos presidenciais, nunca assisti a decisões unilaterais como esta”, afirmou à Lusa Raul Almeida, ex-deputado que representa a lista alternativa liderada por Filipe Lobo d’Ávila no conselho nacional do partido.
Para este dirigente, “nunca houve a política do facto consumado” como aquela a que se está a assistir agora, tratando-se de “uma falta de respeito funcional pelo partido e pelo funcionamento democrático” do CDS-PP.
Raul Almeida recordou ainda que o partido “sempre foi previamente envolvido” nos processos de apoio a “qualquer candidatura presidencial”.
O conselheiro nacional frisou, porém, que esta crítica é centrada no anúncio que “é extemporâneo” no apoio à eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais de 2021.
O anúncio “é extemporâneo”, a “tanto tempo do fim do mandato”, sublinhando que faz uma avaliação muito positivo da atuação de Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém.
Hoje, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, admitiu apoiar uma eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa nas próximas eleições presidenciais, porque quem apoia à primeira também apoiará à segunda.
“Obviamente quem apoiou à primeira, também apoiará à segunda”, afirmou Assunção Cristas aos jornalistas, após a visita a uma fábrica têxtil em Guimarães, no arranque das jornadas parlamentares do CDS-PP em Braga.
A líder centrista foi confrontada com as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa no Panamá, de que tinha vontade de se recandidatar para receber o Papa Francisco na edição de 2022 das Jornadas Mundiais da Juventude, que se realizarão em Lisboa.
Apesar de dizer que esse era um assunto para questionar Marcelo Rebelo de Sousa, Assunção Cristas afirmou que o CDS-PP “foi apoiante desde a primeira hora do Presidente” e que, primeiro, os candidatos apresentam-se e os partidos declaram quem querem apoiar.
“Nós cá estaremos”, afirmou.
No sábado, falando aos jornalistas na Cidade do Panamá, onde participou nas Jornadas Mundiais da Juventude afirmou que saía de lá com “uma grande vontade” de se recandidatar.
À pergunta se espera ser o chefe de Estado a poder receber as jornadas como chefe de Estado, começou por dizer: “Eu tenho dito que a minha decisão é só em meados de 2020”.
“Saio daqui – e amanhã [domingo] admito que mais – com uma grande vontade de, se Deus me der saúde e se eu achar que sou a melhor hipótese para Portugal, com uma grande vontade de me recandidatar”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Marcelo Rebelo de Sousa completou na quinta-feira passada três anos da sua eleição como Presidente da República.
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