“A verdade é que está a haver uma desigualdade de tratamento nesta campanha. Há quem, já há muitos anos, mesmo quando tinha menos votos do que o Livre, estava o tempo todo a levar um tratamento de favor, que depois leva ainda ao debate de porque é que eles têm tanta presença, se essa presença lhes foi oferecida muitas vezes injustificadamente”, sustentou.
À margem da apresentação da lista candidata do partido pelo círculo eleitoral de Coimbra, que decorreu ao final da manhã na Casa Municipal da Cultura, e onde já tinha afirmado que “alguns são levados ao colo”, Rui Tavares sublinhou que a escolha do próximo parlamento tem de ser feita “com base nas propostas que estão a fazer caminho no país” e que “já estão a mudar a vida das pessoas”.
“Está gente que tem propostas feitas, aprovadas e que estão a mudar a vida das pessoas e está gente que não resolve um único problema do país e que não tem nenhuma proposta a mudar a vida de ninguém. E estou a falar claramente da extrema-direita”, alegou.
Aos jornalistas, o líder do Livre acusou a extrema direita de, através do seu discurso, provocar a divisão dos portugueses.
“O que vai conseguir é que todos os nossos problemas fiquem mais difíceis de resolver e alguns ficarão mesmo impossíveis de resolver”, acrescentou.
De acordo com Rui Tavares, o Livre propõe uma política cívica, construtiva e em prol das pessoas.
“Todos os dias contrariamos quem anda a rasgar o nosso contrato democrático”, sustentou.
No seu entender, as medidas para o futuro têm de “passar por uma maioria no próximo parlamento, que seja uma maioria de progresso”.
“E aí, muito claramente, nós vemos quem é que propõe políticas de desenvolvimento assente numa economia do conhecimento, que é a que pode pagar melhor, numa cultura de trabalho que mude e que seja mais flexível, porque as nossas pessoas merecem”, referiu.
Rui Tavares evidenciou ainda que o Governo que teve mais satisfação, desde o início do século, “foi à esquerda, o chamado Governo da geringonça”.
“O que nós propomos é que é preciso fazer melhor do que isso e não substituir a geringonça pela barafunda da direita e da extrema-direita, onde ninguém se entende e andam a roubar deputados uns aos outros, mas por um Governo à esquerda que siga as melhores práticas europeias. Que seja negociado e que tenham um acordo escrito, porque um acordo assinado é um Governo escrutinado pelas pessoas”, indicou.
Nesse acordo, o Livre avisa que há critérios que são “absolutamente inultrapassáveis”, nomeadamente em relação ao respeito pelos direitos humanos e na participação ativa e dinâmica no projeto europeu.
“Nós achamos que a esquerda deve ser uma esquerda de direitos humanos e que isso deve ser de forma constante. Acreditamos que, com negociações que sejam consequentes, demorem o tempo que demorar, e que podem ser duras em alguns momentos, conseguiremos ter um programa consistente e coerente, de progresso e de ecologia para o nosso país”, concluiu.
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