Catarina Martins, que falava na apresentação dos candidatos do BE aos órgãos autárquicos do Entroncamento às eleições de 01 de outubro, disse que o partido “acha muito bem que se mantenha” o financiamento, no âmbito do Portugal 2020, para o ordenamento da floresta, mas reafirmou que a linha de nove milhões de euros, com concurso aberto até 31 de julho, “tem a infelicidade de não ter a ver com ordenamento da floresta e ser única e exclusivamente para plantar eucaliptos”.
A coordenadora do BE fez questão de esclarecer a tomada de posição contra o financiamento para plantação de eucalipto, dada a reação do ministro da Agricultura.
Capoulas Santos afirmou, sexta-feira, em Góis, que não irá suspender o concurso de nove milhões de euros, em fundos comunitários, para rearborização de eucaliptos, assegurando que o objetivo é ordenar a plantação desta espécie e não permitir mais área plantada.
“Aquilo que nós pretendemos quanto ao eucalipto - e temos sido bastante criticados por isso - é travar a expansão da área do eucalipto, mas em menos área produzir mais matéria-prima para uma indústria que representa dois mil milhões de euros de exportações”, afirmou.
Catarina Martins sustentou que “o que é necessário no nosso país é que haja dinheiro público para plantar outras espécies que não o eucalipto e que provam ser mais resistentes ao fogo e que por isso protegem mais as populações”.
O que o Bloco “aconselha é que uma linha que é só dedicada ao eucalipto” seja “suspensa e que esses nove milhões de euros possam ir na mesma para estes concelhos, que precisam tanto desse apoio, mas que não seja para plantar eucaliptos outra vez, que criou tanta tragédia” nos concelhos onde deflagraram incêndios no passado sábado (Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Góis).
Esse dinheiro, defendeu, deve ser direcionado para “espécies que, sendo comercialmente menos rentáveis, precisam de mais apoio público para serem plantadas e que são espécies que protegem melhor as populações”, como é o caso do carvalho ou do castanheiro.
Catarina Martins pediu para “não confundir o que não se confunde”, sublinhando que o BE “nada tem contra as linhas de apoio à floresta” nem contra a concessão de nove milhões de euros para a floresta nos concelhos que arderam.
O incêndio que deflagrou há uma semana, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.
O fogo atingiu também os concelhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, e chegou aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra, mas foi dado como dominado na quarta-feira à tarde.
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