“Se o PSD e o CDS votaram sem saber o que estavam a votar têm uma solução muito simples: quando a votação chegar ao plenário votem contra e emendem o erro que cometeram votando o que não sabiam que estavam a votar”, desafiou.
O parlamento aprovou na quinta-feira, na especialidade, uma alteração ao decreto do Governo, com os votos contra do PS e o apoio de todas as outras forças políticas, estipulando que o tempo de serviço a recuperar pelos professores são os nove anos, quatro meses e dois dias reivindicados pelos sindicatos dos docentes.
António Costa falava no decorrer de um jantar com militantes e simpatizantes socialistas, no âmbito de uma ação de pré-campanha para as eleições europeias, na Escola Secundária de Campo Maior (Portalegre), onde também estiveram presentes várias figuras do PS, entre as quais o cabeça de lista socialista às europeias, Pedro Marques.
Para António Costa, se PSD e CDS-PP, entretanto, se “arrependeram” do que votaram, “têm bom remédio”, alterando a sua posição no sentido de não viabilizar a proposta que “põe em causa” as finanças públicas e a “credibilidade” internacional do país.
“Agora não queiram enganar nem os portugueses, nem os professores, porque virem agora falar de travões e condicionantes é confessarem aquilo que verdadeiramente era o seu projeto, uma mão cheia de nada para os professores e uma enorme conta calada para todos os portugueses terem de pagar”, disse.
“O PSD e o CDS começaram por dizer que nós mentíamos, que não era verdade, que não havia impacto orçamental, que não havia custos para ninguém, que só havia benefícios para a carreira dos professores, como se alguém pudesse acreditar que ao mesmo tempo era possível dar a uns sem que os outros pagassem. Obviamente quem mentia não éramos nós”, acrescentou.
Para António Costa, hoje, os portugueses e os professores, sabem “quem lhes falou verdade”.
António Costa considerou ainda “contranatura” a “aliança” formada em relação ao diploma dos professores, recordando que PSD e CDS-PP foram “os campeões” da austeridade.
“É um momento particularmente grave, porque a bomba orçamental que criaram implicaria entre este ano e o próximo aumentar a despesa em 340 milhões de euros e, no futuro, aumentar de forma certa, permanente em cada ano, a despesa em mais 800 milhões de euros”, disse.
Segundo António Costa, aquele projeto “põe em causa a governabilidade do presente e condiciona de forma inadmissível a governação do futuro. Não, nós não podemos aceitar, nós somos o garante da confiança dos portugueses no compromisso de romper com a austeridade com contas certas, nós somos o garante para os portugueses da credibilidade internacional de Portugal”, acrescentou.
Também o candidato do PS às eleições europeias, Pedro Marques, criticou no seu discurso o PSD e o CDS-PP em relação ao diploma dos professores, sublinhando que a “direita também tem de ser derrotada” nas próximas eleições.
“E a direita também tem de ser derrotada porque, no meio desta pré-campanha para as europeias, não se lembra de mais nada senão lançar essa bomba orçamental de 800 milhões de euros sobre o Orçamento de Estado português, numa verdadeira irresponsabilidade orçamental que tem de ser combatida, que tem de ser denunciada e que tem de ser penalizada nas urnas”, disse.
Para Pedro Marques, a direita “irresponsável” mostrou desta forma “a sua face”, num “vale tudo” para captar votos nas eleições europeias.
(Artigo atualizado às 22:23)
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