No domingo, a ANP anunciou a decisão de retirar os seus funcionários do posto fronteiriço, justificada pela vaga de detenções de membros do Al Fatah, liderado pelo presidente palestiniano, Mahmud Abbas, efetuadas pelo Hamas na região nos últimos dias, para evitar as celebrações do 54.º aniversário desta formação nacionalista, fundada em 1959 por Yasser Arafat como movimento político e que se converteu em 1965 em partido político.
O Ministério do Interior do movimento islamita referiu que durante a noite de domingo para hoje, os funcionários da ANP entregaram o controlo do posto ao chefe da segurança interna do Hamas, general Tawfiq Abu Neim.
Foi ainda referido que a passagem vai permanecer em funcionamento “para bem do povo palestiniano”.
“[A retirada da ANP do posto de Rafah] é o prosseguimento de uma série de medidas vingativas e punitivas contra a nossa gente em Gaza”, disse o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum.
Rafah é a única passagem que liga o enclave, submetido a um bloqueio total israelita desde 2007, com o exterior.
No domingo, o gabinete de Assuntos Civis da ANP anunciou o seu encerramento “pelas práticas do Hamas contra os líderes da Fatah e seus membros”.
Esta passagem fronteiriça estava sob controlo do movimento islamita desde 2007, mas em novembro de 2017 o Hamas entregou a sua administração à ANP no âmbito do acordo de reconciliação mediado pelo Egito após mais de dez anos de divergências entre as duas fações, mas que não foi concretizado.
A tensão entre os dois rivais palestinianos agravou-se após Abbas anunciar recentemente a intenção de aplicar a ordem judicial do Tribunal constitucional sobre a revogação do parlamento palestiniano.
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