Harvey Weinstein, que está preso na Unidade de Correção Wende apresenta sintomas de febre. Um porta-voz do Departamento de Correções e Supervisão Comunitária do estado de Nova Iorque disse que a instituição não comenta casos individuais, mas garantiu que quem mostra sintomas de Covid-19 é imediatamente isolado e testado.
Confirmando-se, esta é a segunda vez que Weinstein é infetado com a covid-19, tendo sido noticiado a 23 de março que o ex-produtor tinha contraído a doença.
O The Guardian escreve esta quarta-feira que o antigo produtor de filmes, que está a cumprir uma sentença de 23 anos por violação, é considerado particularmente vulnerável ao novo coronavírus devido à idade, peso e outros problemas de saúde.
Depois de decretada a sua sentença, a 24 de fevereiro, Weinstein foi enviado para o Hospital Bellevue, em Nova Iorque, devido a preocupações relacionadas com pressão arterial e palpitações no coração.
Weinstein enfrenta também acusações de assédio sexual em Los Angeles e terá, alegadamente, atacado cinco mulheres na Califórnia de 2004 a 2013. Se for condenado como foi acusado na costa oeste, Weinstein pode vir a ser condenado a uma sentença de 140 anos a prisão perpétua numa prisão estatal.
Em setembro, Harvey Weinstein viu ser-lhe retirada a honra real atribuída pela rainha Elisabete II de Comandante do Império Britânico, (em inglês CBE - Commander of the Order of the British Empire, que na sua forma longa é Comandante Honorário da Divisão Civil da Ordem Mais Maravilhosa do Império Britânico). Esta distinção foi-lhe atribuída em 2004, pelos serviços à indústria cinematográfica.
O início do fim
A detenção de Harvey Weinstein aconteceu em maio de 2018, meses depois de o jornal The New York Times e de a revista The New Yorker terem publicado, em outubro de 2017, reportagens a denunciar o escândalo sexual no meio cinematográfico norte-americano.
Foi a partir dessas reportagens que se gerou o movimento coletivo espontâneo de denúncia e partilha #MeToo, de denúncia de casos de abuso, agressão e assédio sexual na indústria do entretenimento.
Entre as mulheres que detalharam casos de propostas sexuais de Harvey Weinstein estão Uma Thurman, Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Salma Hayek e Lupita N'yongo.
Em dezembro de 2017, as mulheres que denunciaram casos de assédio e abuso sexual, contra Harvey Weinstein e outras pessoas, foram nomeadas "Personalidade do Ano" pela revista norte-americana Time.
O caso mais mediático envolveu o produtor norte-americano Harvey Weinstein, mas surgiram ainda outros relatos de abusos envolvendo, entre outros, os atores Kevin Spacey e Dustin Hoffman, o ex-presidente da Amazon Studios Roy Price, os realizadores Brett Ratner e James Toback, os jornalistas Charlie Rose, Glenn Thrush e Matt Lauer, o fotógrafo Terry Richardson e o comediante norte-americano Louis C.K..
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