O estudo, a que a agência Lusa teve hoje acesso, aponta “seis possíveis soluções para os atuais polos do Centro Hospitalar do Oeste”, os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, das quais a que “mais consenso e concordância gera é a da criação de Unidades de Cuidados Continuados Integrados para dar apoio ao novo hospital, reduzindo a ocupação de camas, e para prestar acompanhamento a utentes sem enquadramento familiar e de difícil resposta social”.
Outra solução apontada passam pela reestruturação dos hospitais para Cuidados de Proximidade, podendo acolher serviços de urgência básica em zonas de maior concentração de população ou, em alternativa, atividades de ambulatório.
Os três polos do CHO poderão ainda albergar diferentes valências dependentes ou não da orgânica do novo hospital do Oeste, sendo que as soluções a adotar “poderão ser ajustadas à eventual necessidade de devolver aos seus proprietários os espaços que atualmente são alugados pelo Ministério da Saúde”, refere o estudo, dando como exemplo o Hospital de Torres Vedras.
As soluções constam do estudo Sobre o Futuro da Política Pública da Saúde no Oeste, encomendado pela OesteCim à Universidade Nova de Lisboa e apresentado hoje aos 12 municípios da região.
“O estudo está finalizado e é um documento importante pelo facto de ter sido feito por uma entidade externa, com o apoio, obviamente, dos consultores e o acompanhamento da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e do próprio Centro Hospitalar do Oeste, que conhecem bem o território e as suas necessidades em termos de saúde”, disse à Lusa o presidente da OesteCim, Pedro Folgado.
Segundo Folgado, o documento reflete “um estudo aprofundado” em relação ao qual “apenas o município das Caldas da Rainha considerou que deveriam ter sido considerados mais alguns aspetos que poderiam ter gerado conclusões diferentes relativamente à localização”.
Numa primeira fase, o estudo centrou-se sobre a potencial localização do futuro hospital, concluindo como localizações mais prováveis os concelhos do Bombarral ou de Torres Vedras, soluções que têm sido contestadas pela autarquia das Caldas da Rainha.
Na segunda fase, agora apresentada, os autores do estudo avançam com recomendações sobre o perfil assistencial do hospital, que poderá vir a ter entre 446 e 625 camas de internamento, 32 especialidades na consulta externa, 15 especialidades no internamento, um hospital de dia e alargar as urgências à especialidade de psiquiatria.
O documento foi entregue na segunda-feira ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que se comprometeu a definir a localização até março de 2023 e o perfil assistencial até setembro do próximo ano.
“Agora cabe ao senhor ministro cumprir o compromisso que assumiu e ao Estado decidir onde e que hospital para o Oeste irá ser construído, com base nas conclusões do estudo que também vamos analisar melhor e continuar a acompanhar este processo”, concluiu Pedro Folgado.
O novo hospital do Oeste é há vários anos reclamado pelas populações atualmente servidas pelo Centro Hospitalar do Oeste, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, abrangendo cerca de 300 mil habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
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