“Vamos começar a fazer o balanço dos danos agora. Temos uma reunião com o Diretor Regional da Agricultura, que vem encontrar-se com os agricultores para se inteirar das dificuldades. A câmara tem consciência de que os apoios do Ministério da Agricultura possam demorar e, por isso, criámos um gabinete de crise. Vamos acudir de modo urgente a situações flagrantes, com apoios rápidos, eficazes”, afirmou Francisco Amaral.
Além dos apoios económicos urgentes aos agricultores mais carenciados, o gabinete de crise decidiu, na sua primeira reunião, atribuir apoios à replantação de árvores de produção, adquirir rações para animais, para substituir pastos que arderam, e abrir uma conta solidária para a população mais atingida pelo fogo que deflagrou na madrugada de segunda-feira e que foi dominado na terça-feira à tarde.
“Houve pessoas que perderam tudo o que tinham, nomeadamente plantações de oliveiras, alfarrobeiras, pinheiros, amendoeiras, pessoas que se dedicavam à apicultura e que, de repente, perderam essas economias. Há muito gado ovino aqui e as pastagens desapareceram”, sublinhou Francisco Amaral.
O presidente da câmara disse também que há algumas habitações afetadas, além de “uma em particular que ardeu por completo e que, além do mais, era uma empresa agrícola, com máquinas no interior, que se perderam todas”.
“Vamos para o terreno, já temos os funcionários da câmara preparados, para fazerem as declarações dos prejuízos que os proprietários têm e só depois poderemos ter uma perspetiva dos danos que ocorreram”, acrescentou.
Francisco Amaral considerou ainda que a principal falha no combate ao incêndio foi o facto de se terem retirado os meios aéreos quando o fogo foi dado como dominado na segunda-feira de manhã, antes de ter havido uma reativação durante a tarde.
“Os meios aéreos desapareceram e foi aí que tudo se desencadeou. Os ventos aumentaram muito e a situação tornou-se incontrolável”, realçou.
Citado numa nota publicada no ‘site’ da Câmara Municipal, Francisco Amaral considerou “superficiais e enganadoras” as declarações feitas na terça-feira pela secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, que classificou os resultados de positivos e afirmou que a operação estaria de parabéns, uma vez que se poderia ter atingido 20.000 hectares de área ardida, mas ficou-se nos 6.700.
Sobre as queixas de falta de água de alguns habitantes do interior do concelho, o autarca afirmou que “houve muitos bombeiros a abastecerem nas bocas de incêndio e esgotou-se a água”, ressalvando que “isso tem a ver com a empresa Águas do Algarve” e que a câmara disponibilizou os recursos que pôde.
No combate ao incêndio, que deflagrou em Castro Marim, no distrito de Faro, e se estendeu aos concelhos vizinhos de Vila Real de Santo António e Tavira, chegaram a estar envolvidos 613 operacionais, com 205 veículos, oito meios aéreos e 10 máquinas de rasto, tendo sido deslocadas de casa 81 pessoas, segundo a GNR.
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