Em Lisboa, Carlos Ramos, da Federação Portuguesa do Táxi, disse à agência Lusa que na capital “o protesto se mantém com a mesma adesão, pelo menos até quarta-feira”.
“Estamos a aguardar que o Governo ceda e ninguém vai sair até quarta-feira”, dia em que planeiam deslocar-se à Assembleia da República, onde se realiza um debate em plenário com a presença do primeiro-ministro, António Costa.
Na avenida dos Aliados, no Porto, José Monteiro, vice-presidente da Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros de Passageiros (ANTRAL) disse esta manhã à Lusa que foram mais de 200 os motoristas de táxi que voltaram a passar a noite a dormir dentro dos carros.
“Os táxis não vão desmobilizar, no mínimo, até quarta-feira”, assegurou.
“Enquanto o diálogo não for aberto e não se encontrar a solução para este impasse, as concentrações são para continuar”, referiu.
Para José Monteiro, ainda “é uma hipótese que está a ser germinada”, os taxistas do Porto juntarem-se às concentrações de Lisboa, afirmando que tudo “depende do evoluir da situação, do endurecer da luta e do radicalismo que os próprios manifestantes podem começar a tomar”.
No Algarve, os taxistas mantêm-se firmes junto ao aeroporto de Faro e ponderam juntar-se, em conjunto com os profissionais do Porto, ao protesto em Lisboa, na quarta-feira, na Assembleia das República.
“Devido à nega que o senhor primeiro-ministro nos deu ontem [segunda-feira, quando os representantes do setor foram recebidos por um assessor de António Costa], estamos a pensar endurecer a luta e pode acontecer que os carros do Porto e de Faro se desloquem para Lisboa na madrugada de quarta-feira”, disse à Lusa Romão Alves, delegado regional de Faro da Federação Portuguesa do Táxi.
Aquele responsável faz parte do grupo de cerca de 200 taxistas que se mantêm, desde a passada quarta-feira, junto aos carros que ocupam duas faixas de rodagem da Estrada Nacional 125/10, perto da rotunda de acesso ao aeroporto de Faro.
Desde quarta-feira que os taxistas se manifestam em Lisboa, Porto e Faro contra a entrada em vigor, em 01 de novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal – Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.
Inicialmente, os representantes dos taxistas exigiam que os partidos fizessem, junto do Tribunal Constitucional, um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma, uma exigência que não foi acolhida pelos grupos parlamentares.
Na sexta-feira, o processo teve um desenvolvimento, com o PCP a pedir a revogação da lei, uma decisão que os taxistas consideram estar no “caminho correto”, mas que ainda não é suficiente.
As associações de taxistas foram recebidas no sábado pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República e decidiram manter o protesto, até serem recebidos pelo primeiro-ministro.
Depois daquele encontro, a delegação de representantes dos taxistas, encabeçada pelos presidentes da ANTRAL, Florêncio de Almeida, e da Federação Nacional do Táxi, Carlos Ramos, entregou uma carta no gabinete do primeiro-ministro no Terreiro do Paço, em Lisboa, a pedir uma intervenção com urgência para resolver as suas reivindicações.
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