De acordo com notícia do Guardian, inicialmente avançada pela imprensa japonesa, o governo do Japão terá decidido que vai proceder à libertação das toneladas de água contaminada da central nuclear de Fukushima - armazenadas em mais de mil tanques - no mar, sendo que os trabalhos para a libertação da mesma começarão, no mínimo, em 2022, podendo demorar décadas até estarem concluídos.
A notícia indica que a agência noticiosa Kyodo apontou que a decisão oficial poderia ser anunciada no final do mês, dando assim como terminado o debate sobre o que fazer com a água contaminada.
O governo há muito que demonstra preferir optar por libertar as águas no Pacífico, declarando que iria promover a produção de Fukushima e visar as preocupações dos pescadores locais, que consideram que a medida vai destruir anos de trabalho a reconstruir a reputação da indústria.
Além dos pescadores, os grupos ambientalistas também se opõem à medida e a Coreia do Sul – que mantém a proibição da importação de marisco da região desde o desastre nuclear – tem manifestado preocupação, defendendo que a descarga da água representa uma ameaça para o ambiente marinho.
O Sistema Avançado de Processamento de Líquidos do operador da central, Tokyo Electric Power (Tepco), remove substâncias altamente radioativas da água, mas não consegue filtrar o trítio – isótopo radioativo de hidrogénio.
No início deste ano, uma equipa de peritos que presta aconselhamento ao governo japonês considerou a libertação da água estava entre as "opções mais realistas", alegando que o trítio só é nocivo para os seres humanos em doses muito grandes. A Agência Internacional de Energia Atómica defende que é possível diluir as águas residuais filtradas com água do mar antes de estas serem lançadas no oceano.
De acordo com o jornal Yomiuri Shimbun, a água de Fukushima deverá ser diluída dentro da fábrica antes de ser libertada, para diminuir a concentração em 40 vezes e o processo poderá demorar 30 anos.
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