O ‘site’, lançado esta manhã, tem como objetivo divulgar o trabalho político da atual deputada não inscrita, após a eleição nas legislativas de 2019 pelo Livre, partido que Joacine já não representa desde fevereiro deste ano.
Na plataforma estão disponíveis para consulta todas as iniciativas legislativas já apresentadas pela deputada, bem como o trabalho feito no âmbito das comissões parlamentares, subcomissões e grupos de trabalho das quais Katar Moreira faz parte.
Podem ainda encontrar-se no ‘site’, em https://www.joacinekatarmoreira.pt, intervenções, perguntas e requerimentos enviados ao governo, votos e declarações de votos bem como a biografia e habilitações literárias de Joacine Katar Moreira.
O ‘site’ conta também com um espaço dedicado a artigos de opinião, estando para já disponível um texto intitulado “Decrescimento para alcançar a justiça social e ambiental”, escrito por Hans Eickoff – médico de profissão que se candidatou às primárias do Livre em 2019.
Um ano depois de ter sido a primeira mulher negra a encabeçar uma lista em eleições para a Assembleia da República, Joacine Katar Moreira apresenta “um compromisso com o eleitorado”, afirmando que a sua condição como deputada não inscrita lhe dá a oportunidade de “inaugurar uma forma de fazer política representativa”.
“Hoje, a minha presente condição de deputada sem partido dá eco à oportunidade de inaugurar uma forma de fazer política representativa, que, balizando-se histórico-ideologicamente, não se encerra numa estrutura partidária e ambiciona representar uma maior pluralidade de vozes na Assembleia da República, característica da sociedade diversa que somos”, pode ler-se no manifesto de apresentação do ‘site’.
Ainda assim, a deputada apresenta-se hoje “como em outubro de 2019” e lembra que na campanha para as eleições legislativas se bateu pela “amplificação dos direitos sociais, da luta antirracista, feminista intersecional e ambientalista”, causas sintetizadas no slogan de campanha “justiça social é justiça climática”.
Definindo-se como uma deputada feminista intersecional, antirracista “na teoria e na práxis”, ambientalista, “não-belicista” e “anti-colonial”, Joacine Katar Moreira considera que “a política não é uma corrida” mas sim “um caminho a percorrer coletivamente e democraticamente” através de “colaboração, reparação e empatia”.
No manifesto apresentado a deputada sublinha a importância da cultura (exigindo a sua “descolonização”), do ensino público e gratuito, dos direitos dos trabalhadores (para os quais exige “um salário mínimo dignificante”), do Serviço Nacional de Saúde e do direito à habitação.
“Os desafios que enfrentamos hoje a vários níveis, quer do ponto de vista das prioridades e decisões políticas, quer do ponto de vista sanitário, social, mental, económico- financeiro e ambiental, exige-nos mudanças profundas a operar em todos estes domínios. Mudanças que serão tanto coletivas quanto individuais, mas que se prendem com a necessidade de reforço dos valores de uma esquerda igualitária e intersecional, para que possa crescer e dar resposta aos problemas que enfrentamos”, sustenta o manifesto divulgado.
A 31 de janeiro, a 44ª Assembleia do Livre decidiu retirar confiança política a Joacine Katar Moreira, primeira e única deputada eleita pelo partido à Assembleia da República, que passou a exercer o seu mandato como deputada não inscrita.
Na sua primeira aparição pública após a decisão do Livre, Joacine afirmou que nasceu para estar na Assembleia da República e que iria “continuar a trabalhar com a confiança de uns e sem a confiança de outros”.
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