O juiz Hendrik Steenhuis declarou aberta a audiência no tribunal de Schiphol, nos subúrbios de Amsterdão, próximo do aeroporto de onde descolou o Boeing 777, que tinha como destino Kuala Lumpur, na Malásia, antes de ser atingido a meio do voo por um míssil Buk.
Os suspeitos, três russos e um ucraniano, não compareceram a esta primeira audiência no tribunal holandês.
Cinco juízes – três que seguirão o caso e dois suplentes – entraram silenciosamente num tribunal lotado pelo público.
Um pequeno número de familiares das vítimas estiveram no tribunal e outros assistiram a audiência por meio de videoconferência de um centro de congressos no centro do país.
O juiz Hendrik Steenhuis disse que o arquivo criminal do caso contém cerca de 36.000 páginas e “uma enorme quantidade de arquivos multimédia”.
Para o magistrado, examinar as evidências “será um período muito doloroso e emocional”, pois “há muitas vítimas” e “muitos familiares” que sofrem pelo ocorrido.
Depois de uma investigação minuciosa ao longo dos anos, uma equipa internacional de investigadores e procuradores indicou no ano passado quatro suspeitos: os russos Igor Girkin, Sergey Dubinskiy e Oleg Pulatov e o ucraniano Leonid Kharchenko.
Mais suspeitos podem ser acusados à medida que as investigações progridam.
O voo MH17 da Malaysia Airlines, partiu de Amesterdão em 17 de julho de 2014 com destino a Kuala Lampur e 298 pessoas a bordo, explodiu depois de ser atingido por um míssil Buk no leste da Ucrânia, que enfrenta conflitos com os rebeldes pró-Rússia.
A Rússia negou consistentemente o envolvimento na queda do avião, mesmo depois de os procuradores alegarem que o sistema de mísseis Buk que destruiu o avião de passageiros foi transportado para a Ucrânia a partir da base da 53ª. Brigada de Mísseis Antiaéreos da Rússia em Kursk e o sistema de lançamento foi posteriormente devolvido à Rússia.
Em Moscovo, na semana passada, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, acusou os investigadores de presumirem a culpa da Rússia.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, congratulou-se com o início do julgamento e instou a Rússia a “cessar as suas atividades agressivas e desestabilizadoras na Ucrânia”.
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