“Já afirmamos em várias ocasiões e podemos repetir: as nossas forças armadas nunca atacam infraestruturas sociais, muito menos templos, igrejas e outros edifícios semelhantes”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, na habitual conferência de imprensa diária.
Segundo o Kremlin, as acusações feitas contra a Rússia são “completamente falsas”.
Peskov garantiu que “antimísseis” ucranianos lançados para intercetar projéteis russos acabaram por atingir a catedral.
De acordo com Kiev, o ataque russo — que aconteceu entre a noite de sábado e a madrugada de domingo – danificou 25 monumentos no centro histórico de Odessa, classificado património mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), incluindo a Catedral da Transfiguração, restaurada em 2007.
No domingo, a UNESCO condenou “com termos fortes” os “ataques brutais realizados pelas forças russas”, que atingiram vários locais no centro de Odessa (sul da Ucrânia), incluindo a Catedral da Transfiguração com 200 anos.
Este ataque russo à cidade portuária de Odessa resultou na morte de um civil e em mais de 20 feridos, incluindo quatro crianças.
O Ministério da Defesa russo disse no fim de semana que o ataque em Odessa era dirigido contra mercenários estrangeiros e ‘drones’ (aparelhos não tripulados) aquáticos.
“Todos os alvos planeados foram destruídos”, informou o porta-voz do Ministério da Defesa russo, general Igor Konashenkov, no boletim diário sobre as operações das forças russas.
Konashenkov explicou que entre estes objetivos estavam as instalações onde as tropas ucranianas prepararam “atos terroristas contra a Federação Russa com o uso de embarcações não tripuladas”.
Os ataques russos foram realizados com mísseis de precisão de longo alcance terrestres e marítimos, o que foi confirmado por Kiev, que estimou em 19 o número de projéteis lançados contra Odessa.
Kiev informou que Moscovo atacou Odessa com mísseis de cruzeiro Kalibr, Iskander-K, X-22 e Onyx, bem como mísseis balísticos Iskander-M, de posições terrestres na península anexada da Crimeia, de submarinos no Mar Negro e de bombardeiros supersónicos Tu-22.
Além disso, o Governo ucraniano sublinhou que as baterias antiaéreas ucranianas conseguiram derrubar nove mísseis russos.
Odessa tem sido alvo de ataques maciços desde que Moscovo abandonou, na segunda-feira passada, o acordo para a exportação de cereais ucranianos a partir do Mar Negro e após Kiev ter atacado pela segunda vez a ponte que liga a península da Crimeia à Rússia continental.
As informações fornecidas pelas partes sobre a situação nas frentes de batalha não podem ser confirmadas de forma imediata e independente.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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