“Eu creio que foi mais do que um ataque informático”, adiantou o administrador e fundador do grupo Germano de Sousa, explicando que foi um vírus que entrou no sistema informático, mas que já está tudo “praticamente resolvido”.
“Eles lançam centenas de vírus deste tipo e um entrou no nosso sistema. Felizmente temos tudo em duplicado e neste momento estamos a repor e a limpar tudo, estando a trabalhar normalmente”, adiantou o médico patologista.
Segundo Germano de Sousa, as ligações informáticas com os hospitais da CUF,a que são parceiros laboratoriais, foram suspensas por “uma questão de segurança”.
Em declarações à SIC, Germano de Sousa garante que apenas foi afectado o sistema de registo dos laboratórios e não as bases de dados dos doentes.
Os laboratórios continuam a funcionar, sem necessidade de cancelar exames, estando o registo dos doentes a ser feito "manualmente".
"Ficámos cegos na comunicação com os laboratórios de colheita na região de Lisboa, o norte não foi atingido", acrescentou o administrador e fundador do grupo.
À Antena 1, Germano de Sousa disse ainda não ter sido pedido qualquer tipo de resgate.
Numa declaração enviada à comunicação social, a CUF afirma que tomou conhecimento, esta manhã, de que “o seu parceiro na área das análises clínicas foi alvo de um ciberataque à sua rede, o que criou intermitências no seu respetivo sistema”, mas sublinha que “os sistemas da CUF não foram afetados".
Como tal, adianta, “o acesso ao serviço de análises clínicas nas unidades CUF e a disponibilização de relatórios e resultados clínicos poderão sofrer constrangimentos, até que o sistema do nosso parceiro esteja totalmente restabelecido, o que esperamos que venha a acontecer progressivamente”.
Neste contexto, a CUF suspendeu temporariamente as colheitas de ambulatório, lamentando o incómodo que possa criar aos clientes.
Em declarações esta tarde, à SIC, José Germano de Sousa frisou que a entrada no sistema deu-se entre as duas e as quatro da manhã.
Quanto aos dados dos doentes, o grupo Germano de Sousa afirmou “não existir qualquer evidência” de que tenham sido comprometidos, adiantando que está a colaborar com as autoridades competentes.
“A nossa equipa de cibersegurança está em estreita articulação com todas as autoridades competentes, nomeadamente, a Polícia Judiciária, a CNPD [Comissão Nacional de Proteção de Dados] e o Centro Nacional de Cibersegurança”, adianta em comunicado o grupo detentor de uma rede de laboratórios de análises clínicas espalhadas pelo país.
Segundo o grupo Germano de Sousa, o ciberataque, ocorrido na madrugada de hoje, foi “deliberado e criminoso com o objetivo de causar danos e perturbações à sua atividade e aos seus doentes”, mas “não existe qualquer evidência” de que os dados dos seus doentes tenham sido comprometidos.
Afirma ainda no mesmo comunicado que “monitoriza continuamente a segurança da sua infraestrutura e dos seus sistemas de informação”, tendo detetado de imediato o ataque informático.
“Foram tomadas medidas técnicas de contenção de forma a garantir a proteção de todos os sistemas”, refere, acrescentando que estão a trabalhar para que a atividade retome a normalidade o mais breve possível.
Na segunda-feira, a Vodafone Portugal foi alvo de um ciberataque sem precedentes que está a afetar a sua rede.
Já esta quarta-feira, foi a vez da Trust in News, empresa detentora da Visão e de outras 14 marcas de informação.
Antes, em a 2 de janeiro, o grupo Impresa, dono da SIC e do Expresso, tinha sido alvo de um ataque informático.
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