Ana Figueiredo falava no painel de debate Estado da Nação das Comunicações, último dia da 32.ª edição do congresso da APDC, em Lisboa.
Em cinco anos, “quintuplicámos a capacidade de exportação e as receitas da Altice Labs, para dentro e fora do grupo”, afirmou a CEO da dona da Meo. Ou seja, “80% do volume de negócios da Altice Labs já não é com Meo, é fora de Portugal”, acrescentou.
Questionada sobre a venda do ‘data center’ da Covilhã, a gestora adiantou que era um tema que não podia comentar.
“O que posso comentar é que Altice Portugal tem ativos muito valiosos e é óbvio que muitos dos ativos podem despertar a cobiça de interessados investidores”, referiu.
Ana Figueiredo apontou a aposta na diversificação do portefólio em outras áreas, as quais têm registado crescimentos.
Quando questionada sobre a posição da dona da Meo face à compra da Nowo pela Vodafone Portugal, Ana Figueiredo considerou que os movimentos de consolidação são uma tendência. “Não nos espanta movimentos de consolidação, seja em Portugal, seja noutras geografias na Europa”, disse.
No caso da operação da Vodafone, “somos meros observadores do processo”, aguardando a decisão da Autoridade da Concorrência. Sobre esta compra, Miguel Almeida, presidente executivo da NOS, também não levantou objeções.
Relativamente aos novos entrantes no mercado – Nowo (que está a ser comprada) e a Digi -, os operadores disseram desconhecer a estratégia.
“É evidente” que em Portugal “não há espaço para mais de três operadores”, disse Miguel Almeida, apontando exemplos europeus.
A “tendência na Europa é a redução para três operadores”, salientou, secundado por Ana Figueiredo que apontou que “o novo entrante beneficia da boleia de entrada no mercado” que as atuais empresas do setor não tiveram.
No que refere ao 5G, Miguel Almeida salientou que a NOS investiu “bem acima dos 350 milhões de euros” e que até à data de hoje “do ponto de vista direto não entrou um euro”.
Também o presidente executivo da Vodafone Portugal, Luís Lopes, manifestou preocupação com a rentabilidade do setor, destacando o debate que está a ser tido em Bruxelas sobre o ‘fair share’, o pagamento justo pela utilização das infraestruturas pelas grandes tecnológicas.
“Não pagam nada por usar a infraestrutura” mas “deveriam também contribuir para a rentabilização do investimento [‘fair share’]. É urgente que se tome uma decisão nesta matéria”, rematou Luís Lopes.
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