As 1.465 pessoas que viajavam em 34 embarcações tiveram de ser socorridas pelos navios das autoridades marítimas italianas, enquanto um barco com 131 migrantes conseguiu chegar à costa de Lampedusa.
Estas chegadas, somando-se às dos dias anteriores, elevam para 2.110 o número de pessoas no centro de acolhimento de Lampedusa, muito acima da capacidade máxima de 300 migrantes do local, de onde serão depois transferidas para outras localidades.
Os migrantes continuam a chegar à Itália e só este ano, 7.741 pessoas desembarcaram na costa do país, em comparação com as 4.263 que chegaram no mesmo período do ano anterior.
Entretanto, continua a aplicar-se a política ditada pelo Governo da primeira-ministra, Giorgia Meloni, aos navios de salvamento e busca das organizações não-governamentais (ONG) no Mediterrâneo Central.
O Governo italiano atribui portos distantes para o desembarque dos migrantes, obrigando os barcos das ONG a navegar vários dias e a sair por muito tempo das áreas de resgate.
Neste momento, o navio Life Support da ONG Emergency, com 15 pessoas resgatadas em duas operações na madrugada de quinta-feira, segue para o porto de Civitavecchia, no Lácio (centro).
O Aita Mari, da ONG espanhola Salvamento Marítimo Humanitário, também se dirige para o mesmo porto, depois de as autoridades italianas o terem autorizado a desembarcar 31 migrantes.
O navio Ocean Viking, da organização SOS Mediterranee, chegará neste fim de semana ao porto de Ravenna (nordeste), após quatro dias de navegação e com 84 resgatados a bordo, incluindo 58 menores desacompanhados e 26 homens.
As ONG consideram que a decisão de atribuir portos tão distantes viola as convenções internacionais para a segurança da vida humana no mar, que estabelecem “que em caso de salvamento, o porto seguro mais próximo da rota que o navio faz deve ser autorizado a receber estas pessoas, minimizando o tempo que os sobreviventes passam no navio”.
O Conselho da Europa instou o Governo italiano a modificar o seu último decreto de imigração para cumprir o Direito Internacional, já que poderia privar os sobreviventes de uma “assistência vital”, enquanto o Executivo Meloni assegura que é uma medida para aliviar a pressão da chegada de migrantes nos portos sicilianos.
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