Numa nota divulgada no portal da Presidência da República, o chefe de Estado elogia "o extraordinário inconformismo das gerações mais novas" que se têm manifestado exigindo ação contra as alterações climáticas e subscreve o seu lema de que "Não há planeta B".

"Devemos perceber, de uma vez por todas, que, em face de certos fenómenos, como as alterações climáticas e o aquecimento global, a espécie humana encontra-se, ela própria, ameaçada. Se nada fizermos, se nada mudarmos, a humanidade corre o risco de extinção. Um risco que se apresenta num horizonte temporal cada vez mais próximo", alerta.

Em seguida, deixa um apelo: "É urgente mudar de vida. Em nome do planeta onde vivemos, das gerações presentes e futuras, dos nossos filhos, dos nossos netos, mas também de nós próprios, temos de mudar - e hoje, já, neste mesmo dia, no Dia Mundial do Ambiente".

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, impõem-se "decisões urgentes" aos "decisores políticos de todo o mundo", bem como "aos agentes económicos e sociais", mas "também aos cidadãos, às famílias", a cada indivíduo, nos seus comportamentos e estilo de vida.

"Este esforço começa por nós, por mim, por si, e exige uma mudança radical de hábitos de vida enraizados, com vista a combatermos realidades tão diversas, mas infelizmente tão comuns, como sejam a dependência de fontes não renováveis de energia, o desperdício alimentar e a produção desmedida de lixo doméstico, o uso desmesurado de plásticos", defende.

Há que combater o uso "de materiais poluentes e não recicláveis e de recursos naturais finitos, com destaque para a água, o excesso de produção de CO2, a manutenção de comportamentos que agridem a natureza e os equilíbrios ecossistémicos", acrescenta o chefe de Estado.

O Presidente da República refere que "os relatórios sucedem-se, a informação científica acumula-se, as previsões são cada vez mais sombrias" e que, "contrariando o negacionismo de alguns, dados recentes vieram mostrar que o número de espécies ameaçadas não cessa de crescer, na Europa e em todo o mundo".

"É tempo, é mais que tempo, de tomarmos as decisões urgentes que se impõem", insiste.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que os jovens estão conscientes desta urgência e que isso constitui um fator "de esperança", mas também traz "responsabilidades acrescidas".

"Em nome de Portugal, agradeço o extraordinário inconformismo das gerações mais novas - e espero que todos saibamos estar à altura do seu admirável exemplo", afirma.