Em comunicado, o Exército avança que o 139.º curso de Comandos teve início no dia 12 de abril e dois meses depois, “durante a execução da instrução de marcha-corrida, com a distância de 15 quilómetros, com carga de cinco quilos, no quilómetro 14, foi assistido um militar de sexo masculino pela equipa médica militar, tendo sido acionado o INEM” que o transportou para o Hospital Santa Maria, em Lisboa.

“Foi diagnosticado um golpe de calor e pelos riscos inerentes de falência de órgãos foi admitido nos cuidados intensivos. A situação neurológica aconselhou a ser induzido o coma, situação em que se mantém”, lê-se na nota.

O Exército acrescenta que o Chefe do Estado-Maior, general Mendes Ferrão, determinou a interrupção do curso, “até à conclusão da avaliação clínica de todos os instruendos” e foi aberto um processo de averiguações.

Concluída a avaliação clínica, o curso foi retomado e a avaliação de marcha-corrida realizou-se no passado dia 16 de junho, “para a distância de 20 quilómetros e com carga de 10 quilos, não se tendo registado quaisquer alterações fora dos padrões definidos”.

O Exército adianta que este curso se encontra na 11.ª semana de um total de 17, tem 22 instruendos em formação de um total inicial de 52 formandos.

“Durante as primeiras 10 semanas foram realizadas diferentes provas de marcha-corrida, com distâncias de cinco, dez e 15 quilómetros com cargas de cinco e dez quilos”, acrescentam.

Numa nota à imprensa divulgada cerca de uma hora depois da informação do Exército, a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, refere que acompanha "desde o primeiro momento os desenvolvimentos do estado de saúde e situação clínica do militar", desejando-lhe "rápidas melhoras".

No ano passado, o Exército abriu um processo de averiguações ao 138.º curso de Comandos, após seis intervenções em estabelecimento hospitalar, incluindo um militar que necessitou de um transplante hepático.

Na altura foram instaurados processos disciplinares a três militares da equipa de instrução por “eventual violação dos deveres de obediência, zelo e responsabilidade” e criado um grupo de trabalho para rever o curso, que decidiu reforçar o “controlo do estado de saúde” dos militares do curso de Comandos, tanto física como psicológica, e aumentar “a abrangência” de exames médicos, incluindo análises de despiste de substâncias estimulantes ou “narcótico analgésicas”.

As conclusões do processo de averiguações e inspeção técnica ao 138.º curso de Comandos foram na altura enviadas ao Ministério Público.

(Artigo atualizado às 18h20)