“O que solicitei é que internamente, ao nível da Direção-Geral de Património Cultural (DGPC), fosse avaliada a possibilidade ou não da classificação do imóvel e, face a essa avaliação, o que poderia ou não ser a limitação de usos para um património que hoje é privado”, disse Graça Fonseca.
A governante, que falava à margem da 20.ª edição do Correntes d´Escritas, na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, lembrou que o espaço é pertença de privados já há muitos anos.
“Nunca foi classificado, nem sequer como de interesse municipal”, frisou, em relação ao edifício que chegou a acolher o Grupo Desportivo Portalegre.
Contudo, Graça Fonseca assumiu que o teatro “mantém algum interesse” e não foi totalmente descaracterizado no que é o seu perfil e marca histórica.
Por isso, o Ministério da Cultura vai avaliar a situação e definir as medidas que são necessárias e possíveis, acrescentando que o Estado “também não pode tudo”.
Segundo a informação disponível na página da DGPC, houve uma tentativa de classificação do teatro como Imóvel de Interesse Municipal, em 2009, por parte da proprietária, que contou com parecer favorável da câmara local.
No entanto, a Direção Regional de Cultura do Alentejo propôs o encerramento do processo de classificação “por não ter valor nacional”, algo que foi aceite pelo então Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR, hoje parte integrante da DGPC).
Também em Portalegre, esteve à venda no OLX, num anúncio entretanto desativado, o antigo Cine-Teatro Crisfal, por 780 mil euros.
Graça Fonseca aproveitou para dizer que Portugal tem um património extraordinário, seja de âmbito municipal, seja nacional, sendo necessário construir uma política estratégica e de futuro.
“É importante perceber o que tem de ser classificado e o que não está classificado e porque é que não está classificado”, referiu.
A ministra ressalvou ser importante que as situações não sejam só detetadas quando surgem “acontecimentos destes”, referindo-se à venda do teatro no OLX.
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