“A melhor porta de entrada para termos uma imigração bem-sucedida, com bons índices de integração, acolhimento e, depois, naturalmente, adaptação para gerações futuras no nosso país, é o ensino superior”, afirmou.
Luís Montenegro, que discursava na inauguração da ampliação do Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora, frisou que projetos como este ajudam a “reter, manter e tirar proveito” do talento dos jovens portugueses, mas também a atrair estrangeiros.
“Estes projetos de desenvolvimento das instituições de ensino superior, de colaboração ativa com os agentes económicos e poderes públicos, são também uma das possibilidades que se abrem no horizonte das nossas instituições de ensino superior para atraírem estudantes estrangeiros”, salientou.
Assinalando que Portugal precisa de imigrantes para colmatar “as lacunas do ponto de vista demográfico” que já existem e as que se antecipam para o futuro, o primeiro-ministro apontou a necessidade de o país ter “uma imigração que venha qualificar mais o tecido social português”.
“Se conseguirmos ser atrativos para estudantes estrangeiros, teremos a oportunidade de tirar proveito das qualificações que eles adquirem e de os integrar na nossa comunidade, podendo assim robustecer e fortalecer o nosso capital humano para também, desse ponto de vista, sermos competitivos”, sustentou.
O chefe do Governo foi questionado pelos jornalistas sobre a agenda anticorrupção aprovada em Conselho de Ministros, na quinta-feira, que suscitou dúvidas entre partidos políticos e agentes do setor da justiça, mas escusou-se a comentar a matéria.
“Teremos muitas oportunidades de aprofundar a agenda que foi ontem apresentada, não nos vamos distrair com pequenas questões agora”, disse Luís Montenegro, garantindo vai “acabar” por se “pronunciar noutras ocasiões” sobre esse assunto.
O foco de hoje do primeiro-ministro, nesta deslocação a Évora, esteve no PACT e na importância que assume para a região e para o país.
Este parque “é um exemplo, é mesmo uma inspiração para o país, para aquilo que é o projeto de acreditarmos que somos de facto capazes”, argumentou.
“Vale a pena acreditar em Portugal, vale a pena acreditar no Alentejo, assim nós saibamos aproveitar o potencial rico natural, o potencial que sai das nossas forças sociais, seja o empreendedorismo dos empresários, seja a capacidade das nossas instituições de ensino superior”, disse.
Portugal precisa de exemplos com os do PACT, “que juntam o conhecimento, a inovação aplicada na realidade, aplicada a empresas concretas, criando empregos concretos, pagando bons salários, atraindo e retendo o nosso talento e pessoas qualificadas”, enumerou.
Na sua intervenção durante a cerimónia, o presidente executivo do PACT, Soumodip Sarkar, apontou o sucesso deste parque de ciência e tecnologia, referindo que “quase todos os espaços estão preenchidos e os que não estão encontram-se comprometidos”.
“Temos no PACT 64 empresas”, que envolvem, no total, “550 postos de trabalho, 450 já concretizados e 100 a ser contratados”, representando “uma faturação de perto de 50 milhões de euros que fica na região”, precisou.
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