“Sabemos como o Governo da maioria absoluta foi incapaz de responder às questões da Saúde. O que faz é encontrar novos modelos para escapar ao inevitável: à falta de recursos, à falta de investimento, a uma imensa carga burocrática, a uma imensa centralização dos recursos, que depois tornam impossível a vida dos serviços que queremos descentralizados e autónomos”, disse aos jornalistas Mariana Mortágua.
A dirigente bloquista falava à margem de uma visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP)e, em Lisboa.
“Temos insistido tanto (…) num programa de exclusividade para profissionais de saúde, num programa de contratação de profissionais de saúde, mais autonomia para os hospitais para diferentes valências e que o SNS seja capaz de integrar serviço que hoje estão fora do SNS e que são muito necessários”, afirmou.
Considerando que o SNS “pode fazer muito melhor”, Mariana Mortágua declarou que o seu partido “defende e tem uma proposta para que todos os medicamentos sejam comparticipados a 100% para quem recebe abaixo do salário mínimo”.
“É muito importante que toda a gente possa ter acesso a medicamentos e também para que, no caso das doenças crónicas, diabetes, doenças conexas com diabetes, possa haver uma comparticipação a 90%”, sustentou.
Mariana Mortágua considerou ser “assim que se constrói um país mais justo”.
“Reafirmo a importância desta proposta, porque num país em que se regateia apoios à saúde, num país em que se regateia apoios à comparticipação de medicamentos, é o mesmo país em que o Governo tem rejeitado taxar os lucros da banca”, acusou.
Sobre o tempo longo de espera dos diabéticos por bombas de insulina de nova geração, a bloquista lembrou que o BE tem feito várias propostas nos últimos anos para “disseminar a utilização de bombas de insulina e a sua comparticipação”.
“Queremos e lutamos com tanta força pela comparticipação destes medicamentos que afetam milhares de pessoas (…) e que têm de ter uma resposta por parte do Estado”, destacou.
Em junho de 2023, o PS chumbou no parlamento a comparticipação total de sistemas híbridos de perfusão subcutânea contínua de insulina, que tinha por objetivo aumentar a qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1.
A bancada da maioria socialista votou contra os textos de Bloco de Esquerda (BE) e PCP depois de o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, ter anunciado a criação do programa universal para ser aplicado até 2026.
O plano resulta do trabalho desenvolvido por um grupo que estimou a existência de cerca de 30.000 pessoas afetadas pela doença em Portugal, assumindo que metade tem indicação para tratamento por sistemas automáticos de perfusão.
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