Esta quarta-feira, o Público noticia o primeiro caso português de reinfeção de Covid-19: o de uma mulher de 48 anos, residente na Grande Lisboa, que em apenas três meses teve dois episódios de Covid-19. O primeiro foi em julho e o seguinte em finais de outubro.
A portuguesa apresentou sintomas da doença no início de julho, tendo testado positivo ao novo coronavírus no dia 3 desse mês. Conseguiu recuperar 15 dias depois, sendo que fez testes que não detetaram a presença do vírus no organismo. Já em finais de outubro, apresentou de novo sintomas de Covid-19 e o teste laboratorial confirmou a infeção. Quem descreveu o caso da mulher ao jornal Público foi o médico Germano de Sousa, especializado em Patologia Clínica, fundador de uma rede de laboratórios e que está a acompanhar a situação.
Germano de Sousa relatou que a doente não esteve internada nenhuma das duas vezes e que na segunda infeção apresentou uma ligeira diminuição da intensidade dos sintomas. “Em julho a doente apresentou tosse, febre, dores no corpo e alguma dificuldade respiratória”, explicou o antigo bastonário dos médicos, que indica também que a paciente se terá deslocado a uma urgência sem ter ficado internada. Em finais de outubro, além de alguns destes sintomas, sentiu a perda do olfato. O Público relata que a mulher apresentou um teste negativo há dias.
O patologista quer ainda sequenciar o genoma do segundo coronavírus que infetou esta mulher, de modo a compreender se se trata de uma variante comum do SARS-CoV-2 ou de uma estirpe rara. No entanto, Germano de Sousa tem dúvidas que seja possível sequenciar o genoma desse vírus com o que resta da amostra utilizada em julho, o que pode vir a impedir que o caso seja classificado cientificamente como uma reinfeção. Para isso é necessário que sejam conhecidos os genomas dos dois vírus que infetaram a pessoa.
Os casos de reinfeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 são raros mas possíveis. Em outubro, eram cinco em todo o mundo. A revista científica Lancet escreveu que a exposição ao novo coronavírus pode não se traduzir em imunidade total garantida à doença covid-19 e os investigadores apontam a necessidade de análises adicionais dos casos de reinfeção.
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