"Em 2016 foram revertidos os cortes salariais, vão terminar algumas situações, […] mas para 2018 as pessoas têm necessidade de perceber que, se desde 2010 não há descongelamento de progressões nas carreiras, o que é que estamos a aguardar para 2018?", disse o responsável.
Carlos Silva, que falava aos jornalistas, na Guarda, à margem da sessão de encerramento do III Congresso da UGT local, disse que o Governo continua a insistir que tem "necessidade de fazer constrangimentos orçamentais, tem um problema de execução", mas "foram criadas grandes expectativas".
Em sua opinião, o Governo, "de uma vez por todas, tem que explicar aos sindicatos o que é que é e o que é que não é possível fazer".
"Nós temos consciência e sabemos, e o país também sabe, que há negociações no parlamento, com os partidos à esquerda, enfim, para se preparar a proposta de Orçamento [do Estado] que será apresentada no parlamento em outubro. E, portanto, ainda estão a decorrer negociações", observou.
Sobre o assunto, o secretário-geral da UGT revela uma preocupação: "Será que nas preocupações e cogitações do Governo, que está inclusivamente em sede de negociação com os outros partidos políticos à sua esquerda, há lugar para a entrada de propostas vindas dos parceiros sociais e dos sindicatos?".
Carlos Silva disse que esta é a "preocupação" da UGT, que quer garantir que o Governo se compromete com os sindicatos "a incluir no projeto de Orçamento para 2018 algumas das reivindicações".
O responsável referiu que a questão é transversal a todos os setores da administração pública.
No discurso proferido na sessão de encerramento do III Congresso da UGT da Guarda, Carlos Silva reafirmou a defesa da subida do salário mínimo para 585 euros em 2018.
"Se o país cresceu, se os últimos dados ontem [sexta-feira] publicados no INE [Instituto Nacional de Estatística] são de 3% do crescimento no último trimestre, porque é que nós não havemos de propor 585 euros? Até há quem proponha mais. Eu acho que nós estamos numa situação muito, muito ponderada", disse.
O secretário-geral da UGT considerou ainda que "para 2019 os 600 euros [de salário mínimo nacional] é um patamar mínimo".
"Nós achamos que há condições de ir para além dos 600 euros e vamos defendê-lo na Concertação Social, que é esse o nosso caminho excecional de intervenção", concluiu.
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