Num requerimento, a que a agência Lusa teve hoje acesso, Paulo Blanco pede que o advogado Paulo Sá e cunha, que na fase inicial do processo Fizz chegou a ser defensor de Orlando Figueira, e Rita Travassos Pimentel sejam ouvidos como testemunhas, para esclarecer as incongruências entre a versão do ex-procurador Orlando Figueira e o depoimento de Proença de Carvalho.
Essas contradições deram origem a um pedido da defesa de Orlando Figueira para que fosse aberto um procedimento criminal contra o Proença de Carvalho por falsidade de testemunho.
Também no entender de Orlando Figueira, Paulo Sá e Cunha deveria ser chamado a testemunhar para confirmar uma reunião tida em 14 setembro de 2017 na presença de Proença de Carvalho, versão desmentida por este.
Proença de Carvalho garantiu que não foi mediador na rescisão do contrato de trabalho de Orlando Figueira com a sociedade Primagest a pedido do banqueiro luso-angolano Carlos Silva, presidente do Banco Privado Atlântico e que não teve qualquer reunião com o arguido e com o seu primeiro defensor.
Por seu lado, Orlando Figueira, julgado por corrupção, violação do segredo de justiça e falsificação de documento garante que foi ter com Proença de Carvalho por indicação de Carlos Silva e que, em setembro de 2017, se reuniu com Paulo Sá e Cunha e Proença de Carvalho.
A Lusa tentou contactar Paulo Sá e Cunha, mas até ao momento não foi possível.
O processo 'Operação Fizz', relacionado com corrupção e branqueamento de capitais, envolve o antigo presidente da Sonangol e ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente que, num processo entretanto separado, é acusado de ter pago a Orlando Figueira 760 mil euros para que este arquivasse inquéritos em que era visado, designadamente na aquisição de um imóvel de luxo no edifício Estoril-Sol.
Além de Orlando Figueira, estão em julgamento o advogado Paulo Blanco (mandatário do Estado angolano em diversos processos judicias) e Armindo Pires, amigo de longa data e homem de confiança de Manuel Vicente em Portugal
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