Em comunicado, a Ordem dos Enfermeiros (OE) lembra que há oito anos que “trava esta batalha” e que nunca deixou de exigir “que os enfermeiros fossem tratados com respeito e igualdade”.
A criação deste grupo de trabalho foi hoje publicada em Diário da República, num diploma que define que o grupo tem 120 dias para propor a criação “de um modelo de internato aplicável ao período formativo em exercício profissional, numa área clínica de especialização em enfermagem”.
Este modelo terá como finalidade “a certificação de competências para a prestação de cuidados de enfermagem especializados numa das áreas de especialidade legalmente reconhecidas, no sentido da atribuição do título de enfermeiro especialista”, refere o diploma.
Na nota hoje divulgada, a OE lembra que “não é justo, nem compreensível”, que os enfermeiros paguem do seu bolso a especialização, ao contrário dos médicos e farmacêuticos, que têm o internato pago pelo Estado.
“A especialização dos enfermeiros é também um investimento no Serviço Nacional de Saúde”, sublinha a OE, lembrando que vários estudos nacionais e internacionais concluem que a intervenção dos enfermeiros especialistas reduz a taxa de mortalidade, conduz à melhoria dos resultados clínicos de doentes crónicos e diminui o número de internamentos e de reinternamentos.
Segundo o relatório “Os Cuidados de Enfermagem Especializados como Resposta à Evolução das Necessidades em Cuidados de Saúde”, realizado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESCTEC), um aumento de 1% na proporção de enfermeiros especialistas pode conduzir a uma diminuição do tempo de internamento em cerca de 6%.
“O primeiro passo está dado. Mas é apenas um passo num caminho que já devia ter sido dado há muitos anos”, considera a Ordem dos Enfermeiros.
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