A secção de Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura deu parecer favorável, a DGPC concordou e propôs ao Governo essa classificação.
No final de 2017, foi entregue o dossiê de candidatura daquele conjunto a património mundial à UNESCO pela Câmara de Mafra, que liderou o processo.
A candidatura centra-se sobretudo na monumentalidade e unicidade do monumento.
Classificados como monumento nacional estavam até agora o convento (desde 1907) e a basílica (desde 1910).
No parecer, a DGPC justifica a importância de alargar a classificação a todo o conjunto, designado por Real Edifício de Mafra, por ter sido “pensado desde sempre como um monumento nacional”.
Além de ser o mais emblemático do barroco português, possui uma das bibliotecas mais ricas, a nível mundial, e ainda seis órgãos históricos e um conjunto sineiro, composto por dois carrilhões e 119 sinos, conjuntos únicos no mundo.
Na Basílica, destaca-se o zimbório e o conjunto de 58 estátuas de grandes dimensões, os retábulos em mármore, a pintura, a ourivesaria e os têxteis, “constituindo o maior conjunto de arte escultórica barroca italiana, fora de Itália”.
Em 2017, ano do tricentenário do lançamento da primeira pedra do palácio, o monumento recebeu 377 mil visitantes, número que decresceu para 340 mil em 2018.
Desde 2004 que Mafra consta da lista dos bens patrimoniais portugueses a serem alvo de processo de classificação, proposta pela comissão nacional da UNESCO.
Em 2016, voltou a constar da listagem, depois de uma recomendação da UNESCO, em 2013, para que fossem atualizadas as listas dos Estados-membros, a cada dez anos, pré-requisito para a inscrição de bens na lista do património mundial.
O dossiê foi coordenado pelo município e pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), com a colaboração do Palácio Nacional de Mafra, Escola das Armas, Tapada Nacional e da paróquia de Mafra, assim como de diversos especialistas.
Datado do século XVIII, o Palácio Nacional de Mafra, mandado construir por D. João V, com a riqueza resultante do ouro vindo do Brasil, é um dos mais importantes monumentos representativos do barroco em Portugal.
O património mais importante é constituído por dois carrilhões e 119 sinos, e pelos seis órgãos históricos existentes na basílica, além de esculturas e pinturas de mestres italianos e portugueses daquele período.
O palácio é ainda detentor de uma das mais ricas bibliotecas europeias, com um acervo documental de várias áreas de estudo do século XVIII.
Criada em 1747, a Tapada possui mais de 500 animais de 60 espécies diferentes, entre gamos, veados, javalis, aves como a águia de Bonelli ou o bufo real, répteis como salamandras, tritões e cobras, e uma floresta de 800 hectares.
Algumas das árvores são consideradas de interesse público, como o castanheiro-da-índia, a olaia e o sobreiro.
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