O avolumar nos últimos dias de casos de corrupção a envolver dirigentes do Partido Popular (direita) levaram o presidente do Governo espanhol a decidir não divulgar a sua passagem pela conferência que durante quatro dias está a dar formação sobre política europeia a 50 jovens dos dois países ibéricos.
Segundo fontes do PPE (Partido Popular Europeu), o presidente do PSD acabou por seguir a posição do líder do PP, apesar de a imprensa portuguesa ter sido inicialmente informada de que falaria no final da sua intervenção à porta fechada.
As mesmas fontes explicaram que, por uma questão de cortesia, seria inapropriado o português falar com a imprensa sem que o espanhol o fizesse.
Tanto Passos Coelho como Rajoy evitaram os jornalistas portugueses, os únicos presentes, visto os espanhóis não terem tido conhecimento do evento.
A Escola Europa começou na quinta-feira e termina no domingo, com cerca de 20 jovens portugueses e 30 espanhóis a receberem formação sobre política europeia.
Segundo os organizadores do Partido Popular Europeu (PPE), pretende-se “aproximar os jovens da realidade europeia, dar a conhecer as políticas da UE [União Europeia] e as suas instituições (com destaque para o Parlamento Europeu) através de conferências, mesas redondas e debates com os participantes”.
Entre os “professores/formadores” estiveram ainda Paulo Rangel (vice-presidente do PPE), Carlos Coelho (deputado europeu do PSD), María Dolores de Cospedal (ministra da Defesa de Espanha) ou Soraya Saez de Santamaría (vice-presidente do Governo de Espanha).
O ex-presidente da Comunidade Autónoma de Madrid Ignacio González, do PP, é uma das 12 pessoas detidas na quarta-feira pela polícia no quadro de uma operação anticorrupção à empresa pública que faz a gestão da água na capital espanhola, “Canal de Isabel II”.
A operação tem ligação a outras investigações em que estão a ser alvo várias empresas públicas em que a polícia investiga, entre outros delitos, um suposto financiamento ilegal do PP através do “Canal Isabel II”, desconfiando-se que González tenha comprado empresas na América Latina por um preço superior ao de mercado.
No início da semana foi anunciado que Mariano Rajoy iria ser chamado como testemunha num outro caso, conhecido como o processo “Gurtel”, que está a investigar uma vasta rede de corrupção que, mais uma vez, envolve vários responsáveis do PP, que lidera.
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