O texto, designado “Build Back Better” (“Reconstruir Melhor”, em tradução livre), é um plano social e ambiental de 1.800 mil milhões de dólares (cerca de 1.570 mil milhões de euros), que prevê nomeadamente infantário para todos, créditos fiscais para as famílias norte-americanas e investimentos substanciais para reduzir as emissões de gases com efeito-de-estufa.
Esta votação, na câmara baixa do Congresso dos Estados Unidos, ocorreu três dias após a assinatura pelo Presidente democrata da primeira parte do seu grande plano económico, a sua lei das infraestruturas, o maior programa de obras públicas no país desde que Dwight Eisenhower criou a rede de autoestradas interestaduais, em 1956.
Agora, a próxima etapa para o plano “Reconstruir Melhor” será o Senado, a câmara alta do parlamento norte-americano, onde a sua aprovação se anuncia difícil, antes de regressar à câmara baixa, provavelmente em dezembro ou janeiro.
“Temos um texto ‘Build Back Better’ histórico, vetor de transformações e mais importante que tudo o que fizemos antes”, declarou a presidente democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, antes da votação.
A votação estava agendada para quinta-feira à noite, mas o líder republicano da câmara baixa, Kevin McCarthy, atrapalhou os planos da maioria democrata ao fazer um discurso de cerca de oito horas e meia – o mais longo alguma vez proferido naquela sala -, desde pouco depois das 20:30 até às 05:00 locais, em que criticou Biden, os democratas e a lei, fazendo uso de uma norma que permite aos líderes partidários falarem tanto tempo quanto desejarem.
Num comunicado hoje divulgado, Biden congratulou-se com a aprovação pela Câmara dos Representantes do seu plano de despesas sociais, afirmando que o seu programa económico deu “mais um passo gigante”.
A votação “é mais um passo gigante para a concretização do meu programa económico, para criar empregos, cortar custos, tornar o nosso país mais competitivo e dar uma verdadeira oportunidade de êxito aos trabalhadores e à classe média”, lê-se no texto divulgado quando o Presidente se submetia a um ‘check-up’ num hospital nos arredores de Washington.
Logo de manhã, Joe Biden já tinha ligado a Nancy Pelosi “para a felicitar pela aprovação do ‘Build Back Better’”, escreveu na rede social Twitter a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
A Casa Branca promete que as ambiciosas reformas do plano “Build Back Better” criarão milhões de empregos, enquanto os republicanos a veem como um exemplo do que condenam como a loucura despesista dos seus adversários democratas.
Este plano “vai reduzir o défice em mais de 100 mil milhões de dólares em dez anos”, assegurou Biden, prometendo que ele permitirá “baixar os custos, criar empregos e relançar a economia” norte-americana.
Mas o caminho afigura-se ainda longo até à sua adoção, tanto que ele será certamente alterado pelo Senado.
Como a câmara alta do Congresso norte-americano está dividida exatamente ao meio (50 senadores de cada partido), todos os democratas têm o que se assemelha a um direito de veto sobre qualquer projeto de lei, se os republicanos cerrarem fileiras.
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