“Os dados que temos – que nos foram entregues pelo mercado – indiciam um final de ano ao nível do ano anterior”, disse o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, à agência Lusa.
Já em termos de destinos, as reservas para a passagem do ano mostram que “não existem surpresas”.
“Digamos que temos este ano uma consolidação de movimentos de anos anteriores. Já sabemos que […] os portugueses escolhem muito Portugal para passar o fim de ano e à cabeça, naturalmente, a Madeira, mas também os Açores, o Algarve, Lisboa e o Porto são hoje bons pontos de referência de passagem de fim de ano do mercado emissor português”, acrescentou.
Para os que preferem sair de Portugal, “o Brasil tem uma boa venda este ano, juntamente com Cabo Verde e Marrocos. São as principais referências”, e a contarem com voos especiais nos três casos, ou seja, operações ‘charter’, explica ainda Pedro Costa Ferreira.
Questionado sobre se, à semelhança dos outros anos, se sente uma atualização dos preços no mercado, o presidente da APAVT admite que “estarão, na generalidade, ligeiramente superiores ao ano passado”.
Quanto à oferta, sobretudo de operações ‘charter’ disponibilizada no mercado, e já tendo em conta que o nível das reservas se mantém estável face ao registado no ano passado, “a expectativa é que esgotem”, refere.
“No final teremos, com certeza, todas as operações especiais esgotadas”, sublinhou Pedro Costa Ferreira.
Tal como a agência Lusa noticiou a 22 de novembro, o setor das agências de viagens deverá no final do ano ter recuperado totalmente do início da crise, estimando o presidente da APAVT que o volume de negócios cresça no global entre 9% a 10%.
“O histórico recente das agências de viagens é um histórico de crescimento. As agências de viagens cresceram nos últimos anos mais do que a economia nacional, cresceram mais do que o setor turístico, cresceram mais do que o transporte aéreo e, este ano, apesar de todas estas novas dificuldades e atmosferas normativas, contamos acabar o ano com um crescimento no lazer de cerca de 10% e no ‘corporate’ [segmento de viagens de negócios] não estaremos longe dos 8% ou 9%”, acrescentou, na altura.
No entanto, hoje, sobre as reservas de final de ano, refere que “o que os operadores [turísticos] falam é de manutenção das reservas face ao ano passado”.
Confrontado com se este pode ser um indicador de que, tal como as estatísticas têm vindo a mostrar relativamente ao número de hóspedes e de dormidas em Portugal, a procura interna possa também estar a desacelerar, refere: “Pode ser um indicador de […] de menores crescimentos, sim. Por outro lado, podemos admitir que o universo que faz as reservas de fim de ano é um universo que se o compararmos com as férias de todos os portugueses ao longo do ano é um ‘bocadinho’ mais restrito e, portanto, devemos admitir que seja um universo mais estável”.
Em resumo, explica Pedro Costa Ferreira, a manutenção da procura neste final de ano “não é incompatível” com um “crescimento do mercado de ‘lazer'” no próximo ano, mas, na verdade, também “pode acontecer que esteja aqui mais uma referência a um desacelerar da procura e um desacelerar da procura de ‘lazer’ pelos portugueses”.
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