À margem de uma conferência de imprensa para anunciar um balanço do setor da construção civil em 2017, o presidente do Sindicato da Construção em Portugal adiantou à Lusa que morreram “33 trabalhadores” em 2017, registando-se uma diminuição de “nove trabalhadores comparativamente ao ano anterior de 2016” na atividade da construção civil.
“Este ano de 2017 houve um aumento da atividade muito grande. Basta dizer que a reabilitação urbana em 2016 fazia-se sentir no Porto e em Lisboa e criou cerca de seis mil postos de trabalho e durante este ano foram criados mais de 15 mil postos de trabalho. Houve um aumento da atividade e houve esta redução [de mortes], que é muito importante que se tenha registado”, disse Albano Ribeiro.
O presidente do Sindicato da Construção Civil de Portugal revelou preocupação pelos trabalhadores reformados que estão a regressar ao setor com 70 anos e mais, porque têm uma reforma de cerca de “400 euros”, adiantando que chegam através de “angariadores de mão-de-obra”, que “não cumprem a legislação aplicável ao setor em matéria de segurança, salários e impostos”.
Outra das preocupações do sindicato é a falta de mão-de-obra qualificada em Portugal para a área da construção civil, porque há cerca de sete anos emigraram “mais de 200 mil trabalhadores do setor” e não pensam em regressar, porque estão a “ganhar três vezes mais do que em Portugal”, alerta Albano Ribeiro.
A maioria da atividade da construção civil está a ser feita atualmente em Portugal por trabalhadores precários, denunciou, estimando que “75% da atividade é trabalho precário”.
“Se o Governo diz, e é verdade, que há crescimento económico no país, o setor que está a contribuir para muito dessa riqueza é o setor da construção e lamentavelmente uma grande parte dos trabalhadores é abrangida pelo salário mínimo nacional”, apontou, referindo que esses trabalhadores deviam ser “estimulados” e “valorizados económica e financeiramente".
O sindicato considerou ainda que o número de acidentes e mortes no setor da construção civil diminuiu muito graças à campanha que realizaram durante o ano de 2017.
“Poderia contribuir ainda mais se a Autoridade para as Condições do Trabalho tivesse apoiado esta campanha que foi suportada apenas pelo sindicato em termos económicos e financeiros em mais de 15 mil euros.
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