"Israel está a fazer mal não apenas a si própria, mas também a toda a região, com as medidas de segurança tomadas sobre um lugar sagrado", disse Recep Tayyip Erdogan aos jornalistas, após ter regressado de uma visita aos países da região do Golfo.
Erdogan acusou ainda Israel de sofrer de falta de bom senso ao comparar muçulmanos com terroristas.
"Convidamos Israel a agir de acordo com a lei e com os valores humanos. Com estas medidas, o país está a caminho de um erro e do isolamento", disse ainda o Presidente turco.
Há uma semana, as forças israelitas reforçaram as medidas de segurança na Esplanada das Mesquitas, na cidade velha de Jerusalém (Jerusalém Oriental, zona ocupada e anexada por Israel), nomeadamente a instalação de detetores de metais nas zonas de acesso ao local.
As medidas foram impostas após um ataque ocorrido naquela zona que resultou na morte de dois polícias israelitas e de três atacantes (árabes israelitas), abatidos pelas autoridades.
O reforço das medidas de segurança, que também incluíram a proibição de entrada aos palestinianos com menos de 50 anos, desencadeou protestos diários, que degeneram em violência.
Nos últimos dias, pelo menos cinco palestinianos morreram e outras dezenas sofreram ferimentos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. Três israelitas perderam a vida ao terem sido esfaqueados por um palestiniano num colonato israelita na Cisjordânia ocupada.
Hoje, um palestiniano feriu com uma faca um árabe israelita num subúrbio da cidade de Telavive.
O atacante confundiu a vítima, que sofreu ferimentos ligeiros, com um judeu israelita.
A Esplanada das Mesquitas é considerado o terceiro local mais sagrado para o islamismo, depois de Meca e Medina, na Arábia Saudita, e integra a mesquita Al-Aqsa e a Cúpula da Rocha.
É um local ultrassensível gerido pela Jordânia e está localizado na parte palestiniana da cidade santa ocupada e anexada por Israel.
O clima de tensão vivido na Esplanada das Mesquitas está a suscitar preocupação perante o risco de contágio da violência.
Na Jordânia, país guardião dos locais sagrados muçulmanos em Jerusalém e onde mais de 8.000 pessoas manifestaram-se na sexta-feira contra as medidas de segurança israelitas, dois jordanos morreram e um israelita ficou ferido num incidente ocorrido no domingo junto da embaixada de Israel.
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