Jeanine Áñez comunicou no Twitter que deixa La Paz, sede do Governo da Bolívia, para se retirar para a sua zona de residência, na região amazónica de Beni.
“Regresso a Beni, a minha casa, os que me estão a assediar terão tempo”, publicou Áñez numa mensagem naquela rede social.
“Aqui ficarei, continuando a contribuir a partir de onde estiver, tenho causas, defenderei a democracia”, acrescentou.
Jeanine Áñez deixou na passada quinta-feira uma última mensagem ao país a partir do Palácio do Governo, em La Paz, na qual qualificou como “conquistas” dos seus 11 meses de gestão as ajudas sociais, a “consolidação da democracia” no país e a luta contra a pandemia de covid-19.
Áñez já tinha dito que ficaria no país para se defender de possíveis processos, como um julgamento de responsabilidades que o parlamento boliviano irá decidir se inicia ou não contra ela, pela morte de civis em operações militares e policiais quando chegou ao poder, em novembro do ano passado.
Muitos dos ministros interinos do gabinete de Jeanine Áñez também já se despediram através das redes sociais, agendada que está para este domingo a tomada de posse de Luis Arce como novo presidente do país, após vencer por uma ampla maioria as eleições do mês passado, à frente do Movimento para o Socialismo (MAS).
Jeanine Áñez foi a segunda mulher Presidente na história da Bolívia, além de Lidia Gueiler Tejada, que também assumiu o cargo de forma interina entre 1979 e 1980.
Áñez, uma advogada de 53 anos, assumiu a presidência transitória da Bolívia a 12 de novembro do ano passado, quando era senadora da oposição por parte da Unidade Democrata, após a renúncia, dois dias antes, de Evo Morales.
Morales denunciou ter sido a isso forçado por golpe de Estado, apesar de ter sido declarado vencedor nas eleições que tinham decorrido um mês antes e que foram anuladas por denúncias de fraude a seu favor, mas que sempre negou.
Comentários