No domínio do tratamento de esgotos, “Tábua vive em mentira permanente”, afirma em comunicado a Comissão Política Concelhia do PSD, liderada por Humberto Simões.
“Até à data, nada se fez para pôr em funcionamento as ETAR, continua o mau cheiro e a degradação ambiental no nosso concelho”, lamenta o partido, um mês depois de a CDU local ter feito uma denúncia idêntica.
A nota do PSD é acompanhada de 18 fotografias com que procura demonstrar que as estações de tratamento de Touriz e Pinheiro de Coja “estão mesmo abandonadas e sem qualquer manutenção”, disse hoje Humberto Simões à agência Lusa.
“A Região Hidrográfica do Centro ou o Ministério do Ambiente fazem ouvidos de mercador, falta saber o que pensa a Comunidade Europeia deste tipo de atentados ambientais. Teremos de os consultar já que por cá ninguém quer saber”, refere a estrutura social-democrata de Tábua.
Para o presidente da Concelhia do PSD, “trata-se de um crime público e uma das situações degradantes do concelho”, a exigir a intervenção dos ministérios do Ambiente e da Saúde.
“Desengane-se quem pensa que alguma ETAR do nosso concelho funciona”, afirmou Humberto Simões.
O presidente da Câmara Municipal, Mário Loureiro, eleito pelo PS, negou parcialmente as acusações, mas realçou que a estação de tratamento de Pinheiro de Coja vai ser objeto de “substituição total”, um investimento de 1,5 milhões de euros que será concretizado pela autarquia ao abrigo de uma candidatura aos fundos europeus.
Já a ETAR de Touriz “está a funcionar normalmente”, segundo Mário Loureiro, que se recandidata ao cargo nas eleições autárquicas de 01 de outubro.
No dia 02 de agosto, a CDU de Tábua denunciou que a ETAR do Boiço estava a poluir a zona envolvente, versão que foi desmentida por Mário Loureiro, embora admitindo que ocorreu uma avaria no sistema.
“Esta ETAR, apesar de recente, não tem capacidade para receber os esgotos normais mais a descarga em simultâneo do camião limpa-fossas”, criticou a coligação do PCP com os Verdes num comunicado.
Mário Loureiro reconheceu na altura que uma avaria afetou dois dos três supressores (bombas) da ETAR do Boiço e que os equipamentos foram enviados ao fornecedor, em Espanha, para reparação.
“Não é o tratamento desejável, mas estamos a cumprir a legislação”, declarou, revelando que a autarquia comunicou o problema à GNR e à Agência Portuguesa do Ambiente.
Na semana passada, esta unidade de tratamento foi reequipada com um dos supressores em falta, segundo o presidente da Câmara.
Mário Loureiro disse ter dado “informação total” sobre estes problemas e a sua solução na última reunião do executivo municipal, que integra cinco eleitos do PS e dois do PSD.
“Até amanhã (sexta-feira), se calhar”, o segundo equipamento avariado poderá ser reinstalado, previu, ao sublinhar que, como os supressores “trabalham em alternância”, o tratamento dos efluentes “já está normalizado” na unidade do Boiço, inaugurada este ano.
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